Benfica anima clássico da Taça de Portugal
Sporting vai tentar virar a derrota no Dragão e posicionar-se para conquistar o segundo troféu da temporada. FC Porto tem também oportunidade para tentar uma “dobradinha”
Quando o Sporting e o FC Porto subirem esta quarta-feira ao relvado do Estádio de Alvalade para decidir o acesso à final da Taça de Portugal terão passado 70 dias sobre a partida da primeira mão disputada no Dragão, que ditou o triunfo dos nortenhos, por 1-0. Uma verdadeira eternidade competitiva em futebol. Se há poucos dias esta partida prometia ser absolutamente decisiva para as ambições de ambos, o recente triunfo no clássico frente ao Benfica, deixou os “dragões” a um passo de vencer o campeonato e menos pressionados a conquistar a segunda prova nacional. Bem mais dramático tornou-se a conquista deste troféu para os “leões”, com escassas possibilidades de almejar algo mais do que o segundo lugar na Liga.
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Quando o Sporting e o FC Porto subirem esta quarta-feira ao relvado do Estádio de Alvalade para decidir o acesso à final da Taça de Portugal terão passado 70 dias sobre a partida da primeira mão disputada no Dragão, que ditou o triunfo dos nortenhos, por 1-0. Uma verdadeira eternidade competitiva em futebol. Se há poucos dias esta partida prometia ser absolutamente decisiva para as ambições de ambos, o recente triunfo no clássico frente ao Benfica, deixou os “dragões” a um passo de vencer o campeonato e menos pressionados a conquistar a segunda prova nacional. Bem mais dramático tornou-se a conquista deste troféu para os “leões”, com escassas possibilidades de almejar algo mais do que o segundo lugar na Liga.
Dois clássicos vão ser determinantes para avaliar a campanha do Sporting esta temporada. No primeiro, com o FC Porto, terão de dar a volta à eliminatória e abrir os caminhos para o Jamor, onde irão encontrar um adversário acessível, saído do desfecho do Caldas-Desportivo das Aves. Mais tarde, para o campeonato, irão receber o Benfica, num encontro que poderá decidir o segundo lugar da prova, que abre uma via de acesso à Liga dos Campeões, onde apenas o primeiro classificado tem lugar já assegurado. Dois clássicos de tudo ou nada.
Garantido é que Sporting e FC Porto defrontam-se com a moral em alta, ainda que por motivos bem distintos. Mais óbvios os do “dragão” que emergiu por cima do inferno da Luz, dependentes apenas de si próprios para recuperar um título que lhes foge há quatro anos. Já o Sporting, bateu no fundo depois da partida de Madrid, da primeira mão dos quartos-de-final da Liga Europa. A derrota por 2-0 até acabou por ser o mal menor, já que as sequentes críticas do presidente à exibição da equipa provocou uma autêntica revolta no balneário.
Desde então, os jogadores têm respondido em campo, de luva branca, a Bruno de Carvalho. Um triunfo frente ao Paços de Ferreira (2-0), a resposta ainda que insuficiente ao Atlético de Madrid (1-0) e novo sucesso no campo do Belenenses (3-4) num encontro emocionante. O resultado é que os jogadores estão unidos, mais motivados do que nunca para demostrar o seu valor e calar os detractores.
Esta será a 39.ª vez que “leões” e “dragões” se encontram em partidas da Taça de Portugal. O balanço cai ligeiramente para o lado dos portistas, que já celebraram 14 vitórias, contra 12 dos lisboetas, havendo ainda registo de 12 empates. Nas meias-finais desta competição, as duas equipas já se encontraram em oito ocasiões (excluindo a presente). Aqui o FC Porto tem sido mais feliz, tendo chegado à final por cinco ocasiões. Esta temporada poderá também desempatar os dois emblemas em matéria de troféus nesta competição, que é actualmente de 16 para cada, ambos com menos dez do que o recordista Benfica.
E eliminar o Sporting teria um gosto especial para Sérgio Conceição. Frente aos “leões”, o actual treinador portista viveu um dos seus piores momentos como técnico precisamente nesta prova. A 31 de Maio de 2015, depois de ter conseguido levar o Sp. Braga à final, esteve com uma mão no troféu, quando a dez minutos do fim vencia o emblema de Alvalade, por 2-0. Mas os lisboetas, então comandados por Marco Silva, conseguiram empatar a partida, com o segundo golo a surgir já nos descontos, marcado por Montero. O prolongamento não mexeu no marcador e nas grandes penalidades, o Sporting impôs-se, naquela que é ainda a maior conquista no futebol da era Bruno de Carvalho.
“É triste, pelo trajecto que fizemos, perder assim”, lamentou no final um inconsolável Sérgio Conceição. E o caso não era para menos. No caminho para a final, os minhotos eliminaram o Benfica, então orientado por Jorge Jesus, com um triunfo em pleno Estádio da Luz, por 2-1. “Fomos superiores em tudo”, concluiu no Jamor, numa tarde onde protagonizou um episódio menos edificante, que precipitaria à sua saída do clube de Braga.
Segundo os “arsenalistas”, Conceição insultou e ameaçou agredir António Salvador, presidente do clube, acabando por lhe ser instaurado um processo disciplinar. “Não estando em causa o mérito do trabalho desenvolvido por Sérgio Conceição que, na perspectiva da administração da SAD (Sociedade Anónima Desportiva), logrou atingir os objectivos a que nos propusemos no início da época, o certo é que se tornou claro para o Sp. Braga que o carácter conflituoso, autoritário e agressivo deste treinador (…) não conhece limites”, justificou então o clube em comunicado.
Com apenas 43 anos, a história dos confrontos de Sérgio Conceição com Jorge Jesus já é relativamente generosa. No total, os dois técnicos, separados por duas décadas, já se enfrentaram por 14 vezes. E a vantagem do veterano técnico dos “leões” é bastante curta: seis triunfos, contra quatro do seu jovem adversário e quatro empates.
O primeiro sucesso de Conceição foi precisamente quando os bracarenses afastaram os “encarnados” na edição de 2014-15 da Taça de Portugal, tendo os restantes três triunfos sido obtidos já enquanto técnico do FC Porto. Desde que chegou esta temporada aos “dragões” sofreu apenas um desaire, nas meias-finais da Taça da Liga (competição que o Sporting acabou por conquistar), no palco do jogo desta noite, e apenas nas grandes penalidades.