FC Porto com via aberta para o título

“Dragões” vencem Benfica no Estádio da Luz e regressam ao comando do campeonato, com dois pontos de vantagem, graças a um golo de Herrera em cima dos 90’.

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LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

O FC Porto não tinha tido grande sorte nas suas últimas viagens a Lisboa. Já tinha deixado cinco pontos na capital, com empate em Alvalade e derrota no Restelo, e neste domingo, no Estádio da Luz, parecia que ia deixar mais dois pontos, que teriam o custo acrescido de colocar o Benfica mais perto do pentacampeonato. Mas, à terceira tentativa, os “dragões” foram felizes, graças a um grande golo de Hector Herrera em cima dos 90’, um golo que valeu o triunfo por 0-1 nesta 30.ª jornada e que reconduziu a equipa de Sérgio Conceição à liderança do campeonato, por troca com os “encarnados”, que só seguraram o comando durante duas jornadas e que agora até podem ficar com o segundo lugar em perigo.

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O FC Porto não tinha tido grande sorte nas suas últimas viagens a Lisboa. Já tinha deixado cinco pontos na capital, com empate em Alvalade e derrota no Restelo, e neste domingo, no Estádio da Luz, parecia que ia deixar mais dois pontos, que teriam o custo acrescido de colocar o Benfica mais perto do pentacampeonato. Mas, à terceira tentativa, os “dragões” foram felizes, graças a um grande golo de Hector Herrera em cima dos 90’, um golo que valeu o triunfo por 0-1 nesta 30.ª jornada e que reconduziu a equipa de Sérgio Conceição à liderança do campeonato, por troca com os “encarnados”, que só seguraram o comando durante duas jornadas e que agora até podem ficar com o segundo lugar em perigo.

Serão ainda quatro jornadas e 12 pontos para conquistar ou perder, mas foi o FC Porto a sair da Luz a não depender de ninguém para voltar a ser campeão depois de quatro anos de títulos “encarnados”. Mesmo num jogo de domínio repartido, intenso, mas não espectacular, o FC Porto acabou por merecer a sua sorte porque Sérgio Conceição arriscou mais e quis ganhar. E porque o Benfica ficou a meio caminho entre tentar a vitória, que praticamente lhe daria o “penta”, e segurar o empate, que seria o bem menor. Teria dado muito jeito um Eusébio a Rui Vitória, que nesta equipa se chama Jonas.

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Jonas nem sequer estava no banco e foi o mexicano Raul Jiménez, o herói da vitória sofrida em Setúbal, a repetir a titularidade. De resto, tudo de acordo com as opções habituais de Rui Vitória, que, com um calendário mais aliviado nesta segunda metade da época, cristalizou um “onze” vitorioso que tinha levado o Benfica ao topo. Também Sérgio Conceição foi pelo caminho habitual, promovendo o regresso de Marega, após lesão, para fazer dupla com Soares — Aboubakar, em crise, começou no banco.

Alimentado por um estádio cheio de adeptos entusiastas e crentes, o Benfica assumiu o controlo das operações ofensivas, em pressão alta, a tentar provocar o erro do FC Porto. Aos 17’, Marcano atrapalhou-se já dentro da área e Zivkovic por pouco não aproveitou. Pouco depois, Cervi teve nos pés a melhor oportunidade até então. O argentino ganhou um lance a Ricardo Pereira, avançou na direcção de Casillas, mas o espanhol opôs-se bem.

Ao domínio inicial dos “encarnados”, os portistas responderam com muitas solicitações para o seu flanco direito, onde moravam os dois “ciclistas” da equipa, Ricardo e Marega, a criarem muitos problemas a Grimaldo, mas sem uma oportunidade de golo clara porque o Benfica defendia de forma compacta. Foi preciso esperar pelos últimos instantes para voltar a haver perigo na Luz. No mesmo minuto, Pizzi viu-se completamente sozinho perante Iker Casillas, após passe de Jiménez, mas o espanhol defendeu. Na resposta, Marega atirou ao lado após um excelente cruzamento de Ricardo do lado direito.

Na segunda parte, o FC Porto voltou ao relvado para começar a tomar conta do jogo, mais agressivo no controlo do meio-campo (Sérgio Oliveira subiu muito de produção e a sua agressividade quase lhe valeu uma expulsão), exponenciando os movimentos interiores de Brahimi e forçando o recuo dos médios benfiquistas. E por pouco não se colocou em vantagem logo aos 48’. Mais uma grande jogada de Ricardo Pereira na direita que colocou Marega na frente de Bruno Varela, brilhante a sair-se aos pés do maliano.

Face a esta tendência, Rui Vitória (que já tinha lançado Salvio para o lugar de Rafa) quis jogar pelo seguro, reforçando a zona central do meio-campo com Samaris (uma substituição habitual no técnico dos “encarnados”) e abdicando de um jogador mais vertical e de vocação mais ofensiva, Franco Cervi.

Já os sinais transmitidos por Sérgio Conceição para o campo eram de tudo ou nada e foram entrando, sucessivamente, Óliver Torres, Jesús Corona e Aboubakar. Não foi uma pressão ofensiva asfixiante, mas era bem visível que o Benfica estava a perder o controlo da situação. Rui Vitória ainda tentou uma solução ofensiva com a entrada de Seferovic para os últimos cinco minutos, mas a verdade é que o FC Porto nem precisou de se preocupar com o internacional suíço. A prioridade dos “azuis e brancos” era uma e uma só: passar os últimos minutos, com o máximo de unidades possível, nas imediações da baliza do Benfica.

E, em cima dos 90’, a equipa orientada por Sérgio Conceição, a que mais tentou remar contra a maré do 0-0, foi feliz. A bola foi direccionada do flanco para a entrada da área, os centrais do Benfica tentaram um corte atabalhoado e Herrera surgiu no sítio certo. Na passada, o médio mexicano nem hesitou. A bola saiu do seu pé direito e só parou no fundo da baliza do Benfica. Se este golo vai dar um título, daqui a umas semanas saberemos.