A Lua em 4K, com crateras e marcas da presença humana em ultra-alta definição
As imagens recolhidas pela sonda espacial LRO foram agora compiladas e partilhadas em 4K num vídeo comentado pela NASA, que permitem explorar a superfície lunar em grande detalhe.
Um vídeo partilhado pela NASA no início desta semana tornou possível dar um saltinho à Lua, sem sair da Terra, e explorar as suas crateras e vastas planícies, assim como o rasto deixado pelos astronautas que pisaram o solo lunar. As imagens recolhidas pela câmara instalada na sonda espacial Lunar Reconaissance Orbiter (LRO), em órbita desde 2009, foram agora divulgadas em ultra-alta definição 4K. Com maior resolução (3840x2160p), estas imagens têm uma qualidade quatro vezes superior ao Full HD e permitem uma melhor visualização dos detalhes.
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Um vídeo partilhado pela NASA no início desta semana tornou possível dar um saltinho à Lua, sem sair da Terra, e explorar as suas crateras e vastas planícies, assim como o rasto deixado pelos astronautas que pisaram o solo lunar. As imagens recolhidas pela câmara instalada na sonda espacial Lunar Reconaissance Orbiter (LRO), em órbita desde 2009, foram agora divulgadas em ultra-alta definição 4K. Com maior resolução (3840x2160p), estas imagens têm uma qualidade quatro vezes superior ao Full HD e permitem uma melhor visualização dos detalhes.
A certa altura do vídeo de quase cinco minutos, as imagens mostram a zona de aterragem da missão espacial Apollo 17, de 1972 (no vale lunar de Taurus-Littrow que, como é referido no vídeo, é mais profundo que o Grand Canyon), o último voo tripulado rumo à Lua. A imagem é aproximada a escassos metros do local de aterragem, tornando-se visível o módulo de aterragem Lander da Apollo 17 e o carrinho lunar Rover — que foram deixados na Lua — e ainda as marcas deixadas pelos humanos em solo lunar.
O vídeo começa por evidenciar a curiosa topografia do Mare Orientale, uma bacia de impacto de grande dimensão — na Lua, os Mares correspondem a vastas planícies basálticas formadas por antigas erupções vulcânicas e pelo impacto de meteoritos. A fraca atmosfera na Lua faz com que haja uma erosão muito ténue, daí que todas as marcas deixadas ao longo do tempo — seja por meteoritos ou pelos 12 humanos que já pisaram a Lua — continuem bem visíveis.
Ao longo do vídeo, são apresentados alguns dados interessantes, como os relativos às temperaturas extremas registadas no nosso satélite: nas zonas do Pólo Sul lunar em que o Sol mal toca, podem chegar a -245ºC, uma das temperaturas mais baixas registadas no sistema solar.
Por volta dos dois minutos do vídeo, a imagem é aproximada a uma escala de 200 metros na cratera Tycho, que tem cerca de 100 milhões de anos. No centro da cratera, é visível uma grande rocha, cuja origem é ainda incerta. Ainda que pareça pequena, a rocha tem o tamanho de um campo de basebol (291 metros quadrados).
Nas imagens, vê-se ainda o quão profunda é a cratera Shackleton e o quão ampla é a Bacia do Pólo Sul-Aitken, no lado oculto da Lua.
Algumas destas imagens já tinham sido partilhadas anteriormente, mas este vídeo conjuga-as numa visita guiada ao satélite natural da Terra, acrescentando novas explicações ao que se vai vendo no ecrã, em ultra-alta definição — nem todos os dispositivos terão capacidade para proporcionar uma boa visualização, note-se. Ao contrário do que acontecia com o primeiro vídeo partilhado em 2011, as imagens agora divulgadas mostram uma faceta mais detalhada da Lua.
Quando foi lançada, a sonda espacial Lunar Reconaissance Orbiter tinha como objectivo passar um único ano em missão, mas já vai no nono ano a registar dados sobre o nosso satélite natural: desde a temperatura até à geologia, passando pela topografia e os níveis de radiação solar.