Está entregue o pré-aviso de greve. Médicos param de 8 a 10 de Maio

Sindicatos médicos exigem reunir com ministros das Finanças e Saúde antes da greve. Paralisação está marcada para começar às 0h de dia 8. Entre as reinvindicações está o começo imediato do processo de revisão da carreira médica e respectivas grelhas salariais, bem como o descongelamento das progressões.

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Paulo Pimenta

"A entrega do pré-aviso de greve no Ministério da Saúde oficializou, na tarde desta sexta-feira, a paralisação dos médicos marcada para os dias 8, 9 e 10 de Maio. À convocatória da Federação Nacional dos Médicos (Fnam), agora entregue, deve juntar-se em breve a do Sindicato Independente dos Médicos (SIM). Antes da paralisação, os dois sindicatos exigem reunir com os ministros das Finanças e da Saúde.

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"A entrega do pré-aviso de greve no Ministério da Saúde oficializou, na tarde desta sexta-feira, a paralisação dos médicos marcada para os dias 8, 9 e 10 de Maio. À convocatória da Federação Nacional dos Médicos (Fnam), agora entregue, deve juntar-se em breve a do Sindicato Independente dos Médicos (SIM). Antes da paralisação, os dois sindicatos exigem reunir com os ministros das Finanças e da Saúde.

A greve conjunta, anunciada no seguimento do Fórum Médico em meados de Março, está marcada para começar às 0h de dia 8 (terça-feira) e prolongar-se até às 24h de dia 10 (quinta-feira).

Mas antes da greve, a Fnam e o SIM exigem a presença dos ministros da Saúde e das Finanças na próxima reunião negocial. Numa carta enviada ao Governo, datada de quinta-feira e a que a Lusa teve acesso, os sindicatos consideram que esta é "mais uma das iniciativas que os sindicatos propõem de boa fé e com todo o empenho" antes da paralisação.

Os médicos denunciam um “impasse das negociações com o Ministério da Saúde" e a falta de acordo com as Finanças "volvidos mais de dois anos" de negociação. A greve vem então exigir o começo imediato do processo de revisão da carreira médica e respectivas grelhas salariais, bem como o descongelamento das progressões. No caderno reivindicativo está ainda a criação de um estatuto profissional de desgaste rápido e de risco e penosidade acrescidos, com a diminuição da idade da reforma, e a definição de medidas de combate à existência de médicos indiferenciados e sem acesso à formação médica especializada no Serviço Nacional de Saúde.

“Num contexto de atrasos na abertura de concursos para os médicos recém-especialistas, a Fnam também defende a abertura atempada desses concursos, bem como a abertura imediata dos vários concursos de progressão na carreira médica e dos concursos de mobilidade e de provimento”, lê-se no comunicado da Fnam.

E, entre a lista de 28 reivindicações, voltam a estar em cima da mesa as questões que no ano passado já tinham levado os médicos à greve, por duas vezes: a diminuição das horas anuais de trabalho suplementar (de 200 para 150), a redução do limite de trabalho semanal de urgência (de 18 para 12) e do número de utentes por médico de família (de 1900 para 1550).

Os serviços mínimos estão garantidos. O trabalho médico é assegurado como em qualquer domingo ou feriado, estando também assegurada a prestação de cuidados como quimioterapia e radioterapia, diálise, urgência interna, imunohemoterapia com ligação aos dadores de sangue e recolha de órgãos e transplantes, cuidados paliativos em internamento, punção folicular e os actos indispensáveis para a dispensa de medicamentos de uso hospitalar. Com Lusa