Rio admite que êxito do gabinete sombra nacional e distrital não é garantido

Líder do PSD escolhe seis ex-ministros de Cavaco e de Durão, quatro deputados e nenhum governante de Passos Coelho.

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David Justino preside ao Conselho Estratégico de Rui Rio Paulo Pimenta

Seis antigos ministros de Cavaco Silva, de Durão Barroso e de Pinto Balsemão (nenhum de Pedro Passos Coelho), três membros da direcção de Rui Rio, quatro deputados e oito independentes fazem parte do Conselho Estratégico Nacional (CEN), uma espécie de governo-sombra do PSD que servirá para dar a cara pelo partido e para preparar o programa eleitoral para as legislativas. Rui Rio admite que, com o desdobramento das áreas temáticas à escala distrital, o “êxito” não está garantido tendo em conta o tempo que falta para as legislativas.

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Seis antigos ministros de Cavaco Silva, de Durão Barroso e de Pinto Balsemão (nenhum de Pedro Passos Coelho), três membros da direcção de Rui Rio, quatro deputados e oito independentes fazem parte do Conselho Estratégico Nacional (CEN), uma espécie de governo-sombra do PSD que servirá para dar a cara pelo partido e para preparar o programa eleitoral para as legislativas. Rui Rio admite que, com o desdobramento das áreas temáticas à escala distrital, o “êxito” não está garantido tendo em conta o tempo que falta para as legislativas.

Foi o próprio líder do PSD que anunciou, um por um, os nomes dos coordenadores e dos porta-vozes de 16 áreas temáticas esta tarde na sede do partido. São 32 nomes, 11 dos quais foram autarcas. Presidido por David Justino, vice-presidente do partido e que também é o coordenador da Educação, o CEN tem uma dupla função: acompanhar “não as notícias do dia-a-dia”, mas sim “os temas de actualidade e vai produzir temas de reflexão que dará lugar ao programa para as eleições de 2019”. Rio fez questão de sublinhar: “Não conflitua com aquilo que é a actividade parlamentar”.

Assegurando que o novo órgão traz “renovação”, Rui Rio diz que a verdadeira inovação é o desdobramento das áreas temáticas à escala distrital. Questionado sobre a eventual falta de tempo para olear uma estrutura deste género até às eleições legislativas, o líder do PSD admite que “sozinho” não tem tempo para pôr tudo a funcionar e que vai depender da dinâmica das distritais. “O nível de êxito nunca se pode medir entre 0 % e 100%, zero é inadmissível, 100%, neste curto espaço de tempo, isso seria impossível. Vamos ver se ficamos em 45%, 50%, 60%”, afirmou, defendendo que este modelo até pode vir a ser apetecível para ser copiado por outros partidos. “Se isto for um êxito, os outros partidos não têm remédio senão fazer coisa parecida, se não ficam para trás", afirmou, tendo em conta que este órgão, na sua globalidade e quando estiver a funcionar, representa um “novo espaço de militância” no partido.

Questionado sobre se são os porta-vozes que dão a cara pelo partido nos respectivos temas, Rui Rio respondeu afirmativamente, mas rejeitou a ideia de serem contactados directamente pelos jornalistas. Aí, antes, têm de passar pela assessoria de imprensa, avisou o líder social-democrata.

Com um equilíbrio entre “experiência” e a “dinâmica da juventude”, o CEN terá como coordenadores os ex-ministros da Saúde de Cavaco Silva Arlindo Cunha (Agricultura) e Silva Peneda (Solidariedade, Sociedade e de Bem-Estar), bem o antigo ministro de Durão Barroso Luís Filipe Pereira (Saúde), e a ex-ministra da Ciência e Ensino Superior Maria de Graça Carvalho (também de Durão Barroso) que agora toma conta da mesma pasta. Há ainda um ex-ministro de Pinto Balsemão – Ângelo Correia - que é responsável pela Defesa.

Entre os deputados que foram convidados a integrar a estrutura está Ricardo Baptista Leite (que é porta-voz da Saúde), Cristóvão Norte (porta-voz para os assuntos do Mar), José Matos Correia e outros dois como António Leitão Amaro (vice-presidente da bancada) e Bruno Coimbra (também secretário-geral adjunto) que vão coadjuvar David Justino na direcção deste gabinete.

Rio trazia na ponta da língua as médias de idades – 45 anos para os porta-vozes e 60 anos para os coordenadores – e também o número de mulheres (nove em 32 ) – mas não contou o número de independentes nem os sabia identificar. A informação chegou depois da conferência de imprensa. Há oito figuras que não são militantes: Diana Soller, José Manuel Moura (ex-presidente da Protecção Civil), Rui Vinhas da Silva, Joaquim Sarmento, Licínio Lopes Martins, Mónica Quintela (advogada), Regina Salvador, Ana Isabel Miranda.

Da direcção de Rui Rio, os vice-presidentes Isabel Meirelles fica como coordenadora dos Assuntos Europeus e Salvador Malheiro é porta-voz para o Ambiente, Energia e Natureza.

Considerado como pertencente à direcção também Álvaro Amaro (presidente dos autarcas sociais-democratas) fica com a área da descentralização. Da anterior liderança de Passos Coelho só é recuperado José Matos Correia (ex-vice-presidente) que é coordenador da Segurança Interna e Protecção Civil.

Como sinal de descentralização – um tema muito caro a Rio –, há responsáveis de áreas temáticas que estão sediados fora de Lisboa, em cidades como Aveiro, Coimbra e Porto. 

Com este governo-sombra – a que Rio não quer chamar assim, por envolver dezenas de pessoas –, o PSD pretende preparar o programa eleitoral, mas ainda não há prazo definido para a sua conclusão.

Com a primeira reunião plenária marcada para dia 21 em Coimbra, o CEN deverá funcionar de forma mais informal sem a necessidade de se reunir regularmente no seu conjunto. Como é que será a articulação entre os responsáveis das áreas temáticas nacionais e distritais? Rio diz que é necessário o “entrosamento” entre si próprio e o presidente do CEN, bem como entre os responsáveis das áreas temáticas nacionais e sectoriais.