Bactéria que destrói oliveiras já chegou a Madrid. Falta pouco para alcançar Portugal
Autoridades portuguesas foram alertadas da presença da bactéria a cerca de 400 quilómetros dos olivais alentejanos.
Os serviços fitossanitários espanhóis notificaram nesta quinta-feira a Direcção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) do primeiro foco da bactéria Xylella fastidiosa, que destrói espécies de importante valor económico com as oliveiras, amendoeiras ou carvalhos, a ocorrer na região de Madrid. A descoberta surgiu na sequência de trabalhos de prospecção oficial que estão a decorrer em Espanha e numa “amostra de uma oliveira de oito anos com sintomas da doença (ramos secos e queimaduras nas folhas)”, integrada num olival com cerca de meio hectare de área, em Villarejo de Salvanés, na região de Madrid.
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Os serviços fitossanitários espanhóis notificaram nesta quinta-feira a Direcção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) do primeiro foco da bactéria Xylella fastidiosa, que destrói espécies de importante valor económico com as oliveiras, amendoeiras ou carvalhos, a ocorrer na região de Madrid. A descoberta surgiu na sequência de trabalhos de prospecção oficial que estão a decorrer em Espanha e numa “amostra de uma oliveira de oito anos com sintomas da doença (ramos secos e queimaduras nas folhas)”, integrada num olival com cerca de meio hectare de área, em Villarejo de Salvanés, na região de Madrid.
A informação prestada pelos serviços espanhóis diz que vão ser adoptadas medidas de erradicação previstas na legislação comunitária em vigor, que são muito exigentes e incluem a destruição da vegetação na parcela onde se encontra a oliveira infectada, a delimitação da área e a criação de uma zona tampão com cinco quilómetros de raio. Terão de ser realizados tratamentos insecticidas e fitossanitários, tanto nas oliveiras que se encontram para lá da área delimitada e noutras plantas susceptíveis de serem contaminadas pela bactéria.
Num período temporal de 16 meses, o foco infeccioso da bactéria Xylella fastidiosa deslocou-se de uma exploração de amendoeiras situada em Palma de Maiorca, nas Ilhas Baleares, atravessou cerca de 250 quilómetros no Mediterrâneo e mais 500 quilómetros em terra para contaminar o mesmo tipo de árvores de frutos secos na região de Madrid. Agora teme-se a sua disseminação pelo território espanhol enquanto as autoridades portuguesas continuam no terreno a inspeccionar sinais de eventuais focos da doença sem que, até ao momento, as acções desencadeadas dessem sinais da presença da bactéria. A partir de agora, os olivais super-intensivo alentejanos ficam a cerca de 400 quilómetros da zona infectada.
A doença pode ser transmitida de uma planta por insectos vectores ou através plantas importadas das áreas onde as bactérias estão presentes.
A Xylella fastidiosa apareceu pela primeira na Europa na região da Apúlia (sul da Itália), em Outubro de 2013. Desde então já dizimou mais de 3 milhões de oliveiras e provocou uma perda de 30% na produção de azeite neste país.
Depois deste primeiro foco, a bactéria já foi identificada em França, Alemanha, Suíça, Espanha. E a probabilidade “é que chegará um dia a Portugal”, admitiu João Cortez de Lobão, presidente da assembleia-geral da Associação de Olivicultores do Sul (Olivum), no decorrer da IV Jornada que esta organização realizou em Beja em Novembro de 2017 para debater formas de combate para travar a bactéria.
A Xylella fastidiosa ataca mais de 300 tipos de árvores e plantas. Como não é conhecido qualquer antídoto para combater a doença, as soluções possíveis passam pelo abate das árvores contaminadas e a queima do material lenhoso. Resta conviver com a bactéria como fazem os americanos há mais de um século.
Nesta quinta-feira, a Direcção-Geral de Agricultura e Veterinária notificou os serviços das direcções regionais de Agricultura e Pescas com uma advertência: “Face à ameaça crescente de ocorrência no nosso território, reiteramos o alerta” para os serviços e os agricultores estarem atentos aos sinais da presença da bactéria atrás descritos.