Cristas em minoria na sua própria bancada quanto à lei da paridade

Maioria da bancada do CDS é contra a proposta do Governo.

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Nuno Ferreira Santos

Assunção Cristas já era a favor das quotas de representatividade das mulheres antes de integrar o CDS e assim se mantém como líder do partido. É assim que Cristas justifica – sem esconder a sua satisfação - a sua posição que é minoritária no partido: foi assim na comissão política nacional, onde ouviu várias críticas à proposta do Governo, e é assim na sua bancada. Com liberdade de voto, os deputados vão dividir-se entre o voto contra e a abstenção, mas a maioria opõe-se às novas regras que vão influenciar a composição das listas para as europeias e legislativas, caso não sejam adiadas.

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Assunção Cristas já era a favor das quotas de representatividade das mulheres antes de integrar o CDS e assim se mantém como líder do partido. É assim que Cristas justifica – sem esconder a sua satisfação - a sua posição que é minoritária no partido: foi assim na comissão política nacional, onde ouviu várias críticas à proposta do Governo, e é assim na sua bancada. Com liberdade de voto, os deputados vão dividir-se entre o voto contra e a abstenção, mas a maioria opõe-se às novas regras que vão influenciar a composição das listas para as europeias e legislativas, caso não sejam adiadas.

A própria líder do CDS admitiu estar isolada na sua posição durante a reunião da comissão política de quinta-feira passada. É a favor da proposta de lei do Governo que sobe de 33,3% para 40% a percentagem mínima de representação de cada um dos sexos nas listas eleitorais à Assembleia da República, Parlamento Europeu e autarquias. Caso os partidos não cumpram, as listas não são aceites pelo Tribunal Constitucional, o que está a ser apontado como uma possível inconstitucionalidade.

Assunção Cristas ouviu críticas à proposta de lei, sobretudo vindas de Francisco Rodrigues dos Santos, líder da Juventude Popular, cuja comissão política é contra a nova lei, e de Abel Matos Santos, porta-voz da Tendência Esperança em Movimento (TEM), que participou na reunião da semana passada pela primeira vez. Os dois não vêem a necessidade de mudar a lei, além de apontarem problemas na elaboração das listas sobretudo a nível local por falta de mulheres para cumprir a lei. Já para não falar nas europeias, em que o CDS teria de alterar a ordem os candidatos que a própria Cristas anunciou no congresso: depois de Nuno Melo como cabeça de lista, teria de vir Raquel Vaz Pinto (investigadora) em segundo lugar, deixando o ex-ministro Pedro Mota Soares em terceiro.

Depois de ouvir as críticas, Assunção Cristas disse ser sensível a alguns problemas apontados. No partido, há quem defenda um adiamento da entrada em vigor destas regras sobre a composição das listas. Em defesa da líder do CDS, na comissão política nacional, saíram dois elementos: Mariana França Gouveia e Domingas Carvalhosa, que se estreou como membro daquele órgão na reunião.

A decisão tomada foi a de dar liberdade de voto aos deputados, mas na bancada só Isabel Galriça Neto assumiu estar ao lado de Assunção Cristas. Os restantes deputados têm muitas dúvidas ou são mesmo frontalmente contra a nova lei.