Morreram 257 pessoas em queda de avião militar
Este é já um dos acidentes de aviação mais mortais de sempre. Iam mais de 250 pessoas a bordo, entre os quais militantes da Frente Polisário.
Um avião militar caiu nesta quarta-feira de manhã perto do aeroporto argelino de Boufarik, a quase 50 quilómetros da capital, Argel. Segundo o balanço mais recente feito pelos serviços de protecção civil argelinos, há 257 mortos.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Um avião militar caiu nesta quarta-feira de manhã perto do aeroporto argelino de Boufarik, a quase 50 quilómetros da capital, Argel. Segundo o balanço mais recente feito pelos serviços de protecção civil argelinos, há 257 mortos.
Entre as vítimas estão 26 membros do movimento independentista Frente Polisário, do Sara Ocidental, e dez membros da tripulação, segundo informou fonte do Governo argelino. Acrescenta ainda o ministro da Defesa que a maioria das vítimas eram membros do Exército e seus respectivos familiares.
A Frente Polisário – que luta pela independência do Sara Ocidental, região anexada por Marrocos –, que é apoiada pela Argélia, fez saber que são 30 estes mortos e que entre eles há mulheres e crianças.
O número exacto de militares que iam a bordo ainda não é claro: o jornal digital local Algérie24 (Alg24) começou por dizer que deveriam ir mais de 200 militares a bordo, mas o número de mortos ultrapassa já este número.
O avião, um Iliushin Il-78, despenhou-se pouco depois de descolar, acrescenta a Al-Jazira citando órgãos de informação locais. Segundo o Alg24, o Governo ordenou a abertura de um inquérito para perceber em que circunstâncias se deu a queda do avião.
As imagens transmitidas pela televisão local mostram uma coluna de fumo negro na zona onde o avião caiu, com várias pessoas e equipas de socorro a prestar auxílio às vítimas — algumas das quais foram entretanto transportadas para hospitais. No local estão também elementos da polícia, da protecção civil e do Exército. Segundo o Algérie24, os médicos suspenderam temporariamente a greve em curso para prestar auxílio às vítimas do acidente de aviação.
As fontes do Governo adiantam que o avião tinha como destino a região de Tindouf, no Sudoeste do país, que fica a mais de 1700 quilómetros do local do acidente.
Um dos maiores acidentes de aviação
Com 257 mortos confirmados, este é já um dos acidentes de aviação mais mortais de sempre. O incidente mais mortal até hoje aconteceu em Março de 1977: dois Boeing 747 colidiram ainda em terra, no aeroporto de Tenerife, nas Canárias, fazendo com que 583 pessoas perdessem a vida. Em 1985, 520 pessoas morreram num acidente com um Boeing 747 da Japan Airlines, que fazia o percurso Tóquio-Osaca, tendo-se despenhado na região montanhosa de Takamagahara. Já a colisão mais mortal em pleno ar ocorreu entre um avião da Saudia (o voo 763) e um avião da Kazakhstan Airlines (o voo 1907), resultando em mais de 349 mortes – a maior parte delas (312) ia na aeronave operada pela transportadora aérea Saudia.
Um dos desastres mais recentes aconteceu em 2014, na Ucrânia, quando o voo MH17 da Malasyan Airlines foi abatido por um míssil do sistema russo Buk. A bordo iam 298 pessoas e nenhum sobreviveu à queda: 283 passageiros (entre os quais 80 crianças) e 15 membros da tripulação.
A Argélia tem registado mortes em acidentes aéreos, mas nunca com esta dimensão. Em 2003, um avião da Air Algérie caiu pouco depois de descolar, fazendo com que 102 pessoas morressem. E houve também outros acidentes com aeronaves militares: ainda há quatro anos, em 2014, um avião militar caiu na Argélia e causou a morte a mais de 77 pessoas (a maior parte eram militares e as suas famílias). Só uma pessoa sobreviveu ao acidente causado por condições atmosféricas adversas.
O Presidente argelino, Abdelaziz Bouteflika, declarou três dias de luto nacional.