Mais de uma dezena de hospitais com tempos de espera para consultas acima dos dois anos
Problema é transversal no país. Dermatologia, urologia e reumatologia são algumas das especialidades com mais tempos de espera. Demoras já tinham sido denunciadas pelo Sindicato Independente dos Médicos.
Pelo menos uma dezena de hospitais tinha, no final do ano passado, tempos de espera para consultas da especialidade acima dos dois anos. Até Dezembro a lei definia que as consultas de prioridade normais — referenciadas pelos médicos de família aos hospitais — deveriam se realizadas num tempo máximo de 150 dias, prazo que desceu para os 120 dias desde o início deste ano. Já para as consultas muito prioritárias e prioritárias o tempo máximo de resposta garantido é de 30 e 60 dias, respectivamente.
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Pelo menos uma dezena de hospitais tinha, no final do ano passado, tempos de espera para consultas da especialidade acima dos dois anos. Até Dezembro a lei definia que as consultas de prioridade normais — referenciadas pelos médicos de família aos hospitais — deveriam se realizadas num tempo máximo de 150 dias, prazo que desceu para os 120 dias desde o início deste ano. Já para as consultas muito prioritárias e prioritárias o tempo máximo de resposta garantido é de 30 e 60 dias, respectivamente.
Segundo a edição desta terça-feira do Diário de Notícias, a 30 de Novembro do ano passado pelo menos 74 consultas, espalhadas por todo o país, tinham prazos médios de espera acima de um ano, situação que afectava cerca de 100 mil doentes. Destas consultas, em 14 o tempo de espera era superior a dois anos.
Refere o DN que um dos casos mais dramáticos é o de dermatologia no Hospital de Aveiro, que apresentava perto de 1900 dias de espera para uma consulta prioritária. Em resposta àquele jornal, a unidade diz que já conseguiu reduzir os tempos, estando agora nos 984 dias. Mesmo assim, muito acima do recomendado. A administração justifica a situação com a falta de dermatologistas e de outros médicos que fazem aumentar os tempos de espera noutras especialidades também. O hospital adianta que pediu vagas para contratar recém-especialistas, mas que nem todos os pedidos foram atendidos pela Administração Central do Sistema de Saúde. E no caso de dermatologia a única vaga que abriu não teve concorrentes.
O DN acrescenta que urologia, reumatologia e ortopedia são especialidades que registam o mesmo problema. Também oftalmologia é uma das que tem mais tempos de espera.
Esta situação foi denunciada no início do ano pelo Sindicato Independente dos Médicos, citando dados disponíveis no Portal do SNS referentes a Outubro do ano passado. A análise veio denunciar que mais de metade dos hospitais públicos portugueses está a falhar os tempos máximos de resposta legalmente previstos para primeiras consultas de especialidade. Mas este é um problema que se tem arrastado.
Os longos tempos de espera levaram os partidos a questionar o Ministério da Saúde sobre o que iria fazer para baixar os tempos de espera e dar respostas mais céleres aos doentes.