O futebol é um desporto tão giro
Domingo vai jogar-se um dos mais importantes jogos da época. Os dois primeiros classificados da liga, Benfica e FC Porto, irão defrontar-se. O vencedor do jogo ficará em excelente posição para se sagrar campeão.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Domingo vai jogar-se um dos mais importantes jogos da época. Os dois primeiros classificados da liga, Benfica e FC Porto, irão defrontar-se. O vencedor do jogo ficará em excelente posição para se sagrar campeão.
A equipa de seis homens que vai ter a responsabilidade de arbitrar este jogo está, desde há algum tempo, escolhida. Um dos nossos árbitros internacionais mais experientes estará como árbitro principal. A acompanhá-lo estarão os seus habituais assistentes e um quarto árbitro que, provavelmente, também é internacional. Como videoárbitros, na Cidade do Futebol, estarão outros dois internacionais: um árbitro e um assistente.
Este é o momento em que o Conselho de Arbitragem vai ter de “meter a carne toda no assador”. Toda a “carne” que estiver disponível, claro... E depois, esperar que ninguém saia de lá muito queimado o que, no actual momento do futebol português, será missão quase impossível.
Impossível porque em todos os jogos de futebol há lances onde, qualquer que seja a decisão do árbitro, esta poderá ser questionável. Impossível porque quem quiser justificar um mau resultado irá sempre usar estes lances para lançar suspeições, acusar de premeditações ou sugerir pressões.
O penálti que deu a vitória ao Benfica em Setúbal é um exemplo. Luís Godinho assinalou falta de Luiz Felipe sobre Sálvio. Para os adeptos benfiquistas, foi falta claríssima. Para muitos dos adeptos das equipas adversárias ou não houve penálti e foi o árbitro que o inventou, ou foi uma falta tão a despropósito que o jogador do Vitória só pode ter feito falta de propósito.
O pénalti que abriu o marcador no jogo FC Porto – Aves. Para muitos adeptos foi óbvia a falta do defesa do Aves sobre Ricardo Pereira, pontapeando-lhe a perna. Para alguns outros, com curiosa e particular incidência nos adeptos de Benfica e Sporting, não existiu qualquer falta. A queda resultou de um choque entre dois jogadores do Porto e, portanto, foi mais um pénalti oferecido para ajudar a desbloquear um jogo.
Em Alvalade, no Sporting – Paços de Ferreira, o tema do momento era outro e, tendo o Sporting ganho o jogo, nem se discutiu o golo (bem) anulado a Bas Dost ou o pontapé de pénalti que terá ficado por assinalar a favor do Sporting já nos descontos.
Voltando ao clássico do próximo domingo, preparemo-nos para os tweets e posts que vamos ler até ao jogo e, principalmente, após o jogo. É o futebol que temos.
Enquanto escrevia este artigo, com a minha filha de cinco anos por perto, desabafei que não sabia como terminá-lo. A resposta veio rápido “escreve que o futebol é um desporto tão giro”. Simples, lógico e verdadeiro. É o futebol que deveríamos querer.