Grupo que avalia listas de espera no SNS entrega este mês relatório

Grupo técnico foi criado pelo Ministério da Saúde depois de Outubro passado um relatório do Tribunal de Contas ter colocado em causa fiabilidade dos dados oficiais sobre as listas de espera para cirurgias e consultas.

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MARIA JOAO GALA

O grupo técnico independente para avaliar a gestão das listas de espera para consultas e cirurgias conta entregar até ao fim do mês o relatório final ao Governo, quatro meses depois do prazo determinado pelo Ministério da Saúde. Este grupo técnico foi criado após um relatório do Tribunal de Contas, divulgado em Outubro passado, ter colocado em causa a fiabilidade dos dados oficiais.

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O grupo técnico independente para avaliar a gestão das listas de espera para consultas e cirurgias conta entregar até ao fim do mês o relatório final ao Governo, quatro meses depois do prazo determinado pelo Ministério da Saúde. Este grupo técnico foi criado após um relatório do Tribunal de Contas, divulgado em Outubro passado, ter colocado em causa a fiabilidade dos dados oficiais.

Em declarações à agência Lusa esta segunda-feira, o bastonário da Ordem dos Médicos, que preside ao grupo, explicou que o prazo dado pelo Ministério era impossível de cumprir, porque o trabalho envolve análise de muitos dados e reuniões com várias entidades e unidades de saúde.

Além disso, Miguel Guimarães adiantou que o grupo técnico teve "dificuldade no acesso a alguns dados" considerados essenciais para realizar o trabalho.

O grupo técnico foi criado depois da publicação de um relatório do Tribunal de Contas ter colocado em causa a fiabilidade dos dados oficiais sobre as listas de espera para consultas e cirurgias. O relatório, divulgado em Outubro do ano passado, veio contrariar números da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), que apontavam para menos tempo de espera na primeira consulta de especialidade dos hospitais públicos.

Mais tempo de espera para uma consulta hospitalar e mais utentes a aguardarem por uma cirurgia entre 2014 e 2016 foram alguns dos aspectos identificados pelo tribunal.

Poucos dias depois de ser conhecido o relatório, o Ministério da Saúde emitiu um despacho a criar um grupo técnico e independente, dando o prazo de dois meses para apresentação de um relatório final.

O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, preside a este grupo técnico, que integra representantes dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, da Direcção-Geral da Saúde, da Inspecção-geral das Actividades em Saúde, da Entidade Reguladora da Saúde, da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, de associações de doentes e da comunidade académica.

A ideia de uma "auditoria independente e urgente" ao SNS tinha sido lançada pelo próprio bastonário da Ordem dos Médicos mal foi conhecido o relatório do Tribunal de Contas. Segundo Miguel Guimarães, este grupo para avaliar a gestão das listas de espera tenta percorrer todo o caminho feito pelo doente até chegar a uma consulta hospitalar ou cirurgia e detectar onde há erros ou fragilidades.