Associação de pais defende outro modelo para viagens de finalistas
O presidente da Associação de Pais da Escola Frei Heitor Pinto considera essencial que a organização deste tipo de iniciativas passe “para dentro da escola” e “que seja a comunidade educativa a organizá-las ou pelo menos a superintendê-las”.
A Associação de Pais da Escola Frei Heitor Pinto, na Covilhã, considera que o acidente registado no domingo, no IP2, com um autocarro que transportava alunos daquele estabelecimento de ensino, demonstra que o modelo das viagens de finalistas deve ser revisto.
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A Associação de Pais da Escola Frei Heitor Pinto, na Covilhã, considera que o acidente registado no domingo, no IP2, com um autocarro que transportava alunos daquele estabelecimento de ensino, demonstra que o modelo das viagens de finalistas deve ser revisto.
“Vemos com muita preocupação o sucedido e a prioridade tem de ser a ajuda aos jovens e às famílias, mas também não podemos deixar de apontar que vemos com igual preocupação a forma como estas viagens são organizadas, sem qualquer intervenção das escolas ou das entidades escolares. Portanto, é preciso mudar o figurino destas viagens”, disse, em declarações à agência Lusa, José Pina Simão, presidente da Associação de Pais da Escola Frei Heitor Pinto, estabelecimento de ensino onde estuda a maior parte dos alunos que seguiam no autocarro acidentado.
O acidente, cujo alerta foi dado aos bombeiros às 17h56, aconteceu no Itinerário Principal n.º 2 (IP2), entre o nó de Arez e a Barragem de Fratel, no concelho de Nisa, distrito de Portalegre. O autocarro transportava estudantes dos concelhos da Covilhã e de Belmonte, que estavam a regressar de uma viagem de finalistas a Espanha, sendo que o despiste provocou um morto e mais de 30 feridos ligeiros.
A vítima mortal é um jovem de 18 anos, residente em Tortosendo, concelho da Covilhã, e que estudava na Escola Secundária Frei Heitor Pinto, cuja direcção é alheia à organização da viagem.
Lembrando que a viagem foi organizada pelos próprios alunos juntamente com uma empresa, o representante dos pais considera que o modelo adoptado “é errado” e defende que “é preciso que a organização entre nas escolas e que seja a comunidade educativa a organizá-las ou pelo menos a superintendê-las”. “O que não pode acontecer é que, perante uma situação como esta, ninguém saiba quem responde relativamente ao quê”, apontou.
José Pina Simão informou ainda que já se reuniu com elementos da direcção da Escola Secundária Frei Heitor Pinto e que vai solicitar que o conselho geral marque com urgência uma reunião deste órgão, com vista a analisar a situação, nomeadamente no que concerne ao apoio e acompanhamento a dar aos alunos acidentados, bem como aos outros alunos e também aos pais e familiares. Por outro lado, este responsável também reivindica um esclarecimento “cabal e integral” das circunstâncias do acidente e garante que esta entidade continuará a acompanhar toda a evolução do processo nas diferentes vertentes.
O funeral do jovem realiza-se na terça-feira, a partir das 15h, na freguesia de Tortosendo.