Costa desmente líder do Montepio sobre intermediação na entrada de investidores chineses
Governo desmente declarações de Tomás Correia em que o líder da Associação Mutualista garantia que a proposta da CEFC-China Energy Company Limited lhe havia chegado pelo gabinete do primeiro-ministro.
O primeiro-ministro António Costa já desmentiu as declarações de António Tomás Correia, presidente da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG), que atribuem a São Bento o papel de intermediário na aproximação da CEFC-China Energy Company Limited ao grupo que lidera. As afirmações de Tomás Correia foram prestadas no quadro do Conselho Geral do Montepio, que decorreu em Setembro, e constam da acta da reunião que o PÚBLICO reproduz na edição desta sexta-feira.
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O primeiro-ministro António Costa já desmentiu as declarações de António Tomás Correia, presidente da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG), que atribuem a São Bento o papel de intermediário na aproximação da CEFC-China Energy Company Limited ao grupo que lidera. As afirmações de Tomás Correia foram prestadas no quadro do Conselho Geral do Montepio, que decorreu em Setembro, e constam da acta da reunião que o PÚBLICO reproduz na edição desta sexta-feira.
A meio da manhã desta sexta-feira, fonte oficial de António Costa garantiu que em nenhum momento o primeiro-ministro “encaminhou” qualquer eventual proposta da CEFC para o Montepio, o que também não foi feito por qualquer responsável do seu gabinete.
Logo ao início da manhã, desta sexta-feira, em nota dirigida às redacções, São Bento já tinha desmentido "formal e cabalmente" a manchete do PÚBLICO, em linha com o “esclarecimento já ontem [quinta-feira] prestado ao respectivo jornal”.
Em causa está a primeira página do PÚBLICO de 6 de Abril, onde se escreve "Governo encaminhou investidor chinês para o Montepio", seguido da explicação de que a "garantia" foi "dada por Tomás Correia" e "transcrita em acta".
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As iniciativas do gabinete do primeiro-ministro visam clarificar as explicações que enviou ao PÚBLICO,na quinta-feira, e que foram incluídas no trabalho publicado hoje com o título “Tomás Correia diz que proposta chinesa chegou via São Bento”.
Nesta sua primeira resposta, a mesma fonte oficial do Governo relatava que “o senhor primeiro-ministro recebeu no ano passado uma delegação do grupo CEFC que transmitiu o interesse empresarial de investir em Portugal”, mas “não foi abordado o tema Montepio Geral”.
A notícia do PÚBLICO, de hoje, cita a acta número 187 do Conselho Geral do Montepio que decorreu a 19 de Setembro. E onde se refere que, no final do encontro, Tomás Correia pediu a palavra para dizer que foi através de São Bento que tomou conhecimento da existência de um grupo chinês, o CEFC, interessado em investir em Portugal. Logo a seguir deu conta de que recebera “proposta, encaminhada via gabinete do senhor primeiro-ministro” para "encetar conversações sobre a possibilidade de a Associação Mutualista desenvolver uma parceria nas áreas dos Seguros e na área da Banca, nomeadamente, com alienação do Montepio Investimento e de parte do capital do Finibanco Angola”.
O Conselho Geral de 19 de Setembro, onde participaram 22 conselheiros, teve lugar antes de o Montepio assinar, em Xangai, o acordo de venda ao grupo chinês de 60% da Montepio Seguros, com sede em Lisboa. E também antes do negócio ter sido fechado, e de os dirigentes e accionistas da CEFC terem sido detidos e acusados de corrupção e detidos.