Academia de Coimbra pretende alterar modelo de supervisão da Queima das Fitas
O presidente da Academia, Alexandre Amado, pretende implementar um novo modelo que passa por manter a autonomia da Comissão Organizadora da Queima das Fitas.
A direcção-geral da Associação Académica de Coimbra (AAC) defendeu esta quinta-feira que, no futuro, a organização da Queima das Fitas deve estar sob sua "tutela e supervisão".
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A direcção-geral da Associação Académica de Coimbra (AAC) defendeu esta quinta-feira que, no futuro, a organização da Queima das Fitas deve estar sob sua "tutela e supervisão".
A implementação de um novo modelo, que passa por manter a autonomia da Comissão Organizadora, foi anunciada pelo presidente da AAC, Alexandre Amado, em conferência de imprensa marcada para abordar questões de "ordem financeira e programática que esta e anteriores eleições da Queima das Fitas têm suscitado".
"É indispensável implementar, para o futuro, um modelo de organização que permita à direcção-geral exercer efectivamente essas competências enquanto único órgão estatutariamente responsável pela administração e gestão financeira da AAC", disse.
O líder estudantil abordou a demora no fecho das contas das edições de 2016 e 2017, que "provocou um atraso necessário na atribuição das verbas resultantes" pelas actividades das secções, núcleos, projectos e à própria direcção-geral. Por outro lado, Alexandre Amado queixou-se de que os resultados financeiros da Queima das Fitas "ficaram manifestamente aquém do expectável nas duas últimas edições". Em 2016, o saldo positivo destinado a distribuir pelas estruturas da academia situa-se nos 90 mil euros e, em 2017, apesar de ainda não existir parecer sobre o relatório de contas, não deve ultrapassar o mesmo valor. Segundo o dirigente, a direcção-geral da AAC injectou nos últimos cinco anos "mais de 200 mil euros em excesso" na Queima das Fitas, "abdicando de disponibilidade financeira própria, em benefício das estruturas da casa através da distribuição dos saldos".
No entanto, acrescentou, a direcção-geral não está disponível para "atribuir uma vez mais um valor excessivo, que apenas contribuiria para a obtenção de mais um resultado não correspondente ao real exercício, em prejuízo da actividade da AAC". E, para oferecer alguma estabilidade às secções e núcleos em maiores dificuldades, Alexandre Amado anunciou um apoio extraordinário de 50 mil euros aos conselhos cultural, desportivo e internúcleos para distribuir pelas respectivas estruturas.
"Este apoio pretende, dentro do possível, apoiar o desenvolvimento das actividades das estruturas da academia até à distribuição do saldo financeiro que resultar da edição deste ano da Queima das Fitas, momento em que a direcção-geral recuperará a verba adiantada, caso o resultado financeiro o permita", frisou.
A edição deste ano da festa da Queima das Fitas, que vai decorrer de 4 a 11 de Maio, está orçada em 980 mil euros, menos 250 mil do que na edição anterior.