Montenegro diz que a “força” de uma liderança faz-se na “pluralidade de opinião”
Deputado do PSD vai fazer oposição, sim, mas ao Governo de António Costa.
Luís Montenegro, ex-líder parlamentar do PSD, assume que tem “capacidade interventiva” no espaço público, mas que agora é o tempo do líder do partido. A sua oposição será “às falhas e omissões” do Governo, declarou aos jornalistas à saída de uma audiência de cerca de meia hora com o Presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, num dos seus últimos actos formais como deputado no Parlamento.
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Luís Montenegro, ex-líder parlamentar do PSD, assume que tem “capacidade interventiva” no espaço público, mas que agora é o tempo do líder do partido. A sua oposição será “às falhas e omissões” do Governo, declarou aos jornalistas à saída de uma audiência de cerca de meia hora com o Presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, num dos seus últimos actos formais como deputado no Parlamento.
No dia em que se despede de 16 anos de vida parlamentar e depois de um jantar onde recebeu muitos elogios de figuras notáveis do PSD, Luís Montenegro não se quis colocar no estatuto de opositor interno a Rui Rio, mas sim a António Costa. “O meu papel será sempre escrutinar a acção governativa nas suas falhas e omissões que são muitas”, afirmou aos jornalistas depois do encontro com Ferro Rodrigues, figura com quem admitiu ter tido “quezílias” mas “sempre respeitando as regras do jogo”.
Criticando a falta de reformas do actual executivo e o trabalho de “arrumar a casa” feito pelo anterior Governo de Passos Coelho, Luís Montenegro, questionado pelos jornalistas, acabou no entanto por reformular a frase – “a vida das pessoas não está melhor mas a do país está muito melhor” - que disse em 2014 e que se tornou conhecida. “Os portugueses estão melhor e o país está melhor”, disse, depois de admitir que “as pessoas sentem que têm mais dinheiro”.
Deixando o Parlamento "com muita tranquilidade para fazer outras coisas", o ex-líder parlamentar do PSD diz não ver que haja “oposição interna” a Rui Rio e que é preciso que o partido tenha condições para aumentar o “score eleitoral”. Mas isso não significa - como tem sublinhado – pensamento único. “Só no BE e PCP é que as pessoas pensam a mesma coisa durante todo o tempo. A força e a riqueza da liderança faz-se na diversidade de opiniões”, afirmou, assegurando que a sua função será “ajudar o PSD a apresentar propostas alternativas”.