Praia de Alvor regressa à década dos anos 60, alargando 30 metros
Ministro do Ambiente defende a “engenharia natural” como forma de manter as praias, rejeitando a construção de novos esporões.
A praia de Alvor vai alargar 30 metros, beneficiando de uma recarga artificial de 250 mil metros cúbicos de areia. A obra, no valor de cerca de dois milhões de euros, foi nesta terça-feira adjudicada, pelo ministro do Ambiente, no município de Portimão. O objectivo é que a zona nascente desta praia fique com a dimensão que tinha na década de 1960, quando o Algarve ainda não tinha a carga dos empreendimentos construídos à beira-mar, nem os milhões de turistas que todos os anos visitam a região.
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A praia de Alvor vai alargar 30 metros, beneficiando de uma recarga artificial de 250 mil metros cúbicos de areia. A obra, no valor de cerca de dois milhões de euros, foi nesta terça-feira adjudicada, pelo ministro do Ambiente, no município de Portimão. O objectivo é que a zona nascente desta praia fique com a dimensão que tinha na década de 1960, quando o Algarve ainda não tinha a carga dos empreendimentos construídos à beira-mar, nem os milhões de turistas que todos os anos visitam a região.
O ministro João Matos Fernandes entende que as intervenções feitas na costa portuguesa não podem "ser feitas à bruta”, recorrendo a processos de engenharia pesada, como aconteceu no passado. Em Alvor, o que está previsto é retirar areia da ria, para facilitar a navegabilidade e com esses inertes reforçar o cordão dunar. “Não temos dúvidas de que é sobretudo com obras de engenharia natural que vamos aguentar o litoral português”, disse o ministro, adiantando que estão previstas 47 operações idênticas. De norte a sul do país, ao longo de 65 quilómetros, está previsto um investimento de 110 milhões de euros. Em Alvor, os trabalhos só vão começar depois do Verão.
A opção pela construção de esporões, como os que existem em Quarteira e noutras localidades, vai ser abandonada: “É mesmo nossa vontade não fazer mais esporões”, enfatizou o ministro, reconhecendo, no entanto, que aqueles que existem devem ser mantidos e recuperados. No curto prazo, para resolver os problemas causados pela última tempestade, o Ministério do Ambiente vai gastar, em colaboração com as autarquias, 1,4 milhões de euros, dos quais 800 mil serão investidos no Algarve.
Por outro lado, a Agência Portuguesa do Ambiente identificou uma dezena de arribas que vão ser desmontadas até ao início do Verão, por correrem risco de derrocada. Ainda em Portimão, João Matos Fernandes inaugurou uma nova Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) da Companheira, uma obra da empresa Águas do Algarve cujo investimento ascende a 11,9 milhões de euros, beneficiando de um apoio do Fundo de Coesão no valor de 9,4 milhões.