Tiangong-1 reentra na atmosfera sobre o Pacífico Sul. A maior parte ardeu

A maior parte da estação espacial chinesa ardeu durante a reentrada. O resto caiu ao largo do Taiti.

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Uma das últimas imagens da Tiangong-1, dias antes da reentrada na atmosfera terrestre LUSA/FRAUNHOFER FHR /

O antigo laboratório espacial chinês Tiangong-1 reentrou na atmosfera terrestre, sobre o Pacífico Sul, às primeiras horas de segunda-feira, segundo informou a China. A “maior parte” da estação espacial chinesa ardeu durante a reentrada na terra, pelas 8h15 da manhã, hora chinesa (1h15 em Lisboa), de acordo com a mesma fonte, que não precisou o local onde caíram os destroços da estação.

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O antigo laboratório espacial chinês Tiangong-1 reentrou na atmosfera terrestre, sobre o Pacífico Sul, às primeiras horas de segunda-feira, segundo informou a China. A “maior parte” da estação espacial chinesa ardeu durante a reentrada na terra, pelas 8h15 da manhã, hora chinesa (1h15 em Lisboa), de acordo com a mesma fonte, que não precisou o local onde caíram os destroços da estação.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Geng Shuang, disse, numa conferência de imprensa, que a China estava a reportar a situação à agência espacial da ONU numa forma transparente e aberta e que de momento não tinha mais informações. “Segundo percebi, de momento não foi registado nenhum dano à superfície terrestre”, disse, citado pela Reuters.

Observadores norte-americanos indicam que a zona de reentrada da primeira estação espacial chinesa terá sido no Oceano Pacífico, com o astrónomo Jonathan McDowell, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, a precisar que terá sido a noroeste do Taiti. 

Brad Tucker, um astrofísico da Australian National University, ouvido pela Reuters, especifica que os restos do laboratório espacial caíram a cerca de 100 quilómetros a noroeste do Taiti.

“Alguns pedaços pequenos chegaram à superfície”, disse o especialista, acrescentando que, ainda que 90% da estação espacial tenha ardido, os 10% que chegaram à superfície terrestre ainda representam 700 a 800 quilos de resíduos. “Os destroços estão, muito provavelmente, no oceano e mesmo que alguém os encontrasse iam parecer lixo oceânico espalhado por uma área de milhares de metros quadrados”, concluiu.

A reentrada da estação espacial chinesa não representou qualquer perigo para pessoas, aviação civil ou para navios que estivessem na zona. 

A Agência Espacial Europeia já tinha previsto que os detritos do módulo espacial caíssem sobre o oceano. A probabilidade de alguém ser atingido por um pedaço dos destroços do Tiangong-1 era “dez milhões de vezes mais baixa do que a probabilidade anual de ser atingido por um raio”, cita o Guardian.

Até ao momento não existem imagens do evento.

O primeiro laboratório espacial chinês media 10,4 metros, tinha 8506 quilogramas de massa e foi lançado em Setembro de 2011, enquanto parte do ambicioso programa espacial chinês. Tiangong-1 terminou o seu tempo útil de vida em 2016, quando deixou de funcionar e de responder aos comandos terrestres. Originalmente, a sua missão devia ter acabado em 2013, ano em que ficou totalmente desocupada, mas o seu fim foi sendo sucessivamente adiado por Pequim.

Em 2017, um ano depois de Tiangong-1 ter deixado de funcionar, a China lançou um segundo laboratório espacial, Tiangong-2, com o objectivo de testar a possibilidade de uma presença humana no espaço a longo termo, aquele que será o propósito da estação espacial permanente a ser lançada em 2023. Se tudo correr como previsto, em 2024 a China será o único país com presença humana em órbita, uma vez que a Estação Espacial Internacional vai reformar-se nesse ano.