O cinema e as outras artes em debate
Ciclo de filmes comentados decorre no Teatro Campo Alegre, no Porto, de 4 de Abril a 30 de Maio.
“Desde o seu aparecimento, o cinema manteve relações profundas com as outras práticas artísticas. Bastaria lembrar o papel expressivo da música no cinema mudo, a importância da encenação (teatro), os cenários, a iconografia com origem no desenho e na pintura. São muitos os dispositivos que o cinema aproveita das outras artes e reinventa. Simultaneamente, diversos filmes têm vindo a representar e/ou tematizar práticas artísticas como a pintura, o teatro, a escrita ou a música”.
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“Desde o seu aparecimento, o cinema manteve relações profundas com as outras práticas artísticas. Bastaria lembrar o papel expressivo da música no cinema mudo, a importância da encenação (teatro), os cenários, a iconografia com origem no desenho e na pintura. São muitos os dispositivos que o cinema aproveita das outras artes e reinventa. Simultaneamente, diversos filmes têm vindo a representar e/ou tematizar práticas artísticas como a pintura, o teatro, a escrita ou a música”.
É sobre este pressuposto histórico-cultural que um grupo de investigadores do Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, organizou o ciclo O cinema e as outras artes, que vai decorrer no Porto, no cine-estúdio do Teatro Campo Alegre, entre 4 de Abril e 30 de Maio.
Ao longo destes dois meses, e ao ritmo de uma sessão por semana – às quartas-feiras, às 18h30 –, serão exibidos oito filmes que serão comentados por outras tantos convidados a explicar os cruzamentos do cinema com as outras artes, da pintura ao teatro, da música à fotografia, da dança à banda desenhada e à literatura.
O programa, que é comissariado pela professora e poeta Elisabete Marques e conta com o apoio da Medeia Filmes, abre com o filme do coreano Im Kwon-taek, Embriagado de Mulheres e de Pintura (2002), comentado por Arlindo Silva, professor na Escola de Artes da Universidade Católica-Porto. Seguem-se American Splendor (2003), de Robert Pulcini e Shari Springer Berman, comentado por Sofia Neto (dia 11); Malina (1991), de Werner Schroeter, comentado por Mathilde Neves (dia 18); O Sétimo Selo (1957), de Ingmar Bergman, comentado por Pedro Eiras (2 de Maio); Le Ballet de l’Ópera de Paris, de Frederic Wiseman, comentado por Ana Dinger (dia 9); Blow Up – A História de um Fotógrafo (1967), de Michelangelo Antonioni, comentado por Filipe Figueiredo (dia 16); De Tanto Bater o Meu Coração Parou (2005), de Jacques Audiard, comentado por Manuel Deniz Silva (dia 23); e Beuys (2017), de Andres Veiel, comentado por Nuno Crespo, crítico de artes do PÚBLICO (dia 30).