Luís Montenegro: "O que eu quero é que o PSD ganhe terreno ao PS"
Na primeira parte da entrevista, publicada no Expresso Diário de quinta-feira, o ex-líder da bancada do PSD assumiu que o PS deverá apoiar Marcelo na corrida a Belém, em 2021.
Luís Montenegro, ex-líder parlamentar do PSD, está a dias de deixar o Parlamento (16 anos depois de lá ter entrado) e de ficar apenas como comentador na TSF e na TVI e como colunista do Expresso. Em jeito de despedida, o comentador dá esta sexta-feira uma entrevista ao semanário, na qual se recusa várias vezes a fazer comentários. O currículo de Feliciano? “Não quero comentar isso.” Dois vice-presidentes sob investigação? “Não quero comentar.” O banho de ética? “Não.”
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Luís Montenegro, ex-líder parlamentar do PSD, está a dias de deixar o Parlamento (16 anos depois de lá ter entrado) e de ficar apenas como comentador na TSF e na TVI e como colunista do Expresso. Em jeito de despedida, o comentador dá esta sexta-feira uma entrevista ao semanário, na qual se recusa várias vezes a fazer comentários. O currículo de Feliciano? “Não quero comentar isso.” Dois vice-presidentes sob investigação? “Não quero comentar.” O banho de ética? “Não.”
O que Montenegro comentou à vontade foi a estratégia de liderança de Rui Rio. Disse que o “primeiro mês não foi muito pródigo em momentos de afirmação” e vaticinou que o caminho escolhido “vai gerar um afunilamento do PSD”, porque deixa “mais livre o CDS para se afirmar como o reduto da oposição” ao Governo.
Repetiu que a aproximação ao PS é “uma linha muito perigosa” e acrescentou que já pensava isso antes e que as "primeiras impressões não foram de molde" a fazê-lo mudar de opinião. "O PSD tem de fazer um combate directo ao nosso adversário directo, que é o PS", aconselhou.
Quanto ao seu próprio futuro político, se Rio não conseguir uma dinâmica de vitória, Montenegro não revelou se está ou não pronto para ir a jogo. “O que eu quero é que o PSD ganhe terreno ao PS”, disse.
Luís Montenegro não alinhou "no discurso de que tudo correu mal", mas fez questão de sublinhar que a margem de crescimento do partido nas sondagens tem de ser muito maior do que é. "O que o PSD tem de conseguir é dar consistência prolongada ao seu crescimento e isso tem de ser feito à custa do decréscimo do PS, coisa que as sondagens não revelam."
Instado a definir um deadline para que se conheçam as propostas concretas do PSD em várias áreas, o ex-líder parlamentar do partido disse apenas: "Nem se pode antecipar demasiado, nem deixar espaço vazio muito tempo. Teremos de abraçar algumas propostas concretas nos próximos meses, temos ainda tempo até ao Verão."
Se estava ou não concertado com Pedro Santana Lopes não se sabe, mas a verdade é que no mesmo dia, o semanário Sol noticiava, na primeira página, que "Santana avança se Rio cair até ao Verão". Santana, dizia o mesmo jornal, foi convidado para o jantar de despedida de Luís Montenegro, assim como Rui Rio, Pedro Passos Coelho e os deputados que tomaram posse em 2015.
Na primeira parte da entrevista, o ex-líder da bancada do PSD assumiu que o PS deverá apoiar Marcelo na corrida a Belém, em 2021.