UE reforça investigação em inteligência artificial
Carlos Moedas quer fazer da inteligência artificial uma das prioridades europeias. Para isso tem 750 milhões de euros até 2021 e muita vontade política.
O comissário europeu para a Ciência, Carlos Moedas, foi hoje a França participar na apresentação do Plano Macron, que visa recuperar o atraso na área da inteligência artificial. E apresentou as linhas-mestras do que pretende para a União nesta matéria.
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O comissário europeu para a Ciência, Carlos Moedas, foi hoje a França participar na apresentação do Plano Macron, que visa recuperar o atraso na área da inteligência artificial. E apresentou as linhas-mestras do que pretende para a União nesta matéria.
Este discurso é particularmente importante porque terá já sinais da estratégia europeia de inteligência artificial, que será anunciada a 25 de Maio. Mas também o é porque decorreu em Paris, em frente a Macron, que ajudou a desbloquear algumas questões importantes sobre a estratégia futura da UE. Foi por aí que começou: depois de agradecer a Macron o empenho na inovação, Carlos Moedas reafirmou o compromisso na agência europeia de inovação que foi proposta pelo presidente francês.
Ao lançar o tema essencial do discurso, Moedas assumiu que a questão da inteligência artificial é científica e tecnológica mas é antes de mais "política". E deu exemplos onde a decisão política faz falta: na dramática reconversão que é necessária na educação e na necessidade de regras claras no que toca à utilização de dados - que precisam de ser abertos e partilháveis mas que precisam de garantir ao mesmo tempo a privacidade dos cidadãos. Este enfoque nos dados é resultado do relatório feito por Cédric Vilani, o cientista francês que foi consultor da Comissão Europeia.
Moedas assumiu ainda que a Europa deverá apoiar "a investigação básica e aplicada no campo da inteligência artificial", o reforço da atenção sobre as questões éticas e o desinteresse "numa corrida global pela inteligência artificial" - o que na prática tira a UE de uma corrida que não poderia nunca vencer, mas não resolve ainda a falta de competitividade europeia na indústria da inteligência artificial a nível global.
Algo que será certamente encarado como uma das questões a resolver no programa-quadro de investigação 2021-2027, que Moedas está a lutar por fechar até ao próximo mês de maio - e onde deverá estar incluído um reforço claro da investigação e desenvolvimento em inteligência artificial.