Extrema-direita regressou em força em 2017
Relatório Anual de Segurança Interna assinala um reforço de movimentos da extrema-direita, mas também diz que a criminalidade violenta desceu no ano passado para os níveis mais baixos de sempre: 4,4% do total de crimes.
Os movimentos conotados com a extrema-direita voltaram em força no ano passado, segundo releva a edição desta quinta-feira do Diário de Notícias, que faz deste tema a sua manchete.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Os movimentos conotados com a extrema-direita voltaram em força no ano passado, segundo releva a edição desta quinta-feira do Diário de Notícias, que faz deste tema a sua manchete.
O Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), aprovado nesta quarta-feira pelo Conselho Superior de Segurança Interna, evidencia o regresso em força da extrema-direita, mostrando um reforço da actividade de movimentos nacional-socialistas, identitários e skinheads, com uma intensificação de contactos internacionais e tentativas de convergências entre os diferentes grupos.
O Relatório de Segurança Interna foi tornado público dias depois dos incidentes que envolveram dois grupos rivais de motards, um deles associado ao ex-líder skinhead Mário Machado, dentro de um restaurante no Prior Velho, em Lisboa.
Na avaliação de ameaça feita à segurança interna, as secretas revelam que “a extrema-direita portuguesa continuou a aproximar-se das principais tendências europeias, na luta pela ‘reconquista’ da Europa pelos europeus”, e que “além de intensificarem os contactos internacionais, estes extremistas desenvolveram um esforço de convergência dos seus diferentes sectores (nacional-socialistas, identitários e skinheads, no sentido e promoverem, no plano político e metapolítico os seus objectivos”.
Segundo o DN, o Serviço de Informações e Segurança (SIS) revela ainda que se “assistiu a um reforço da propaganda online e à multiplicação de iniciativas com alguma visibilidade – como concertos, conferências, [sessões] de apresentação de livros e protestos simbólicos – participadas por militantes de diferentes quadrantes”. O SIS sublinha também que a “violência permaneceu como um traço marcante da militância de extrema-direita, havendo registo de alguns incidentes, nomeadamente agressões a militantes antifascistas”.
Curiosamente, o Relatório Anual de Segurança Interna mostra que em 2017 se assistiu a uma descida da criminalidade violenta para os níveis mais baixos de sempre, representando 4,4% do total de crimes. No ano passado, foram registados 15.303 crimes violentos, menos 8,7% do que em 2016.