Portugal espera “iniciativas” da Rússia para superar crise diplomática

Ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou que Portugal tem “pedido que haja explicações plausíveis das autoridades russas” e espera que "sejam investigados os factos até ao último detalhe para que os seus responsáveis sejam encontrados e sejam punidos”.

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Augusto Santos Silva lembra que posição de Portugal "é evolutiva" LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, disse esta quinta-feira, em Paris, que Portugal espera que “as autoridades russas tomem iniciativas que permitam superar esta crise” diplomática, desencadeada pelo envenenamento em solo britânico de um ex-espião russo.

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O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, disse esta quinta-feira, em Paris, que Portugal espera que “as autoridades russas tomem iniciativas que permitam superar esta crise” diplomática, desencadeada pelo envenenamento em solo britânico de um ex-espião russo.

“Nós estabilizámos uma primeira reacção ao nível europeu e agora esperamos que as autoridades russas tomem iniciativas que permitam superar esta crise”, afirmou Augusto Santos Silva, à margem do salão Global Industrie, que decorre até sexta-feira, em Paris, e que conta com a participação de cerca de 90 empresas lusas.

O ministro precisou que Portugal tem “pedido que haja explicações plausíveis das autoridades russas” e “o comprometimento de todos, de forma a que haja condições para que sejam investigados os factos até ao último detalhe para que os seus responsáveis sejam encontrados e sejam punidos”.

O chefe da diplomacia portuguesa reiterou que “a resposta de Portugal fez-se no quadro da NATO”, organização que expulsou sete diplomatas russos acreditados em Bruxelas e recusou a acreditação a outros três.

“Foi também uma resposta unânime no quadro europeu. A União Europeia decidiu, como União Europeia, chamar para consultas o seu embaixador em Moscovo. E do ponto de vista nacional, do ponto de vista bilateral, nós alinhámos a nossa primeira reacção exactamente pela reacção da UE, também chamando a consultas o nosso embaixador”, justificou.

Santos Silva sustentou, como já tinha feito, que esta decisão dá a Portugal “a capacidade de ir acompanhando este processo que será certamente evolutivo”.

O governante reiterou, ainda, que há “um apoio muito firme da parte de todos os países europeus e um apoio muito firme da parte de todos os países da NATO ao Reino Unido que foi vítima de um ataque e um ataque de uma forma que não é absolutamente aceitável a nenhum título”.

Desde segunda-feira, mais de duas dezenas de países, incluindo mais de metade dos Estados membros da União Europeia, e a NATO anunciaram a expulsão de agentes dos serviços de informações russos colocados nas embaixadas da Rússia.

A acção concertada é uma resposta ao envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal e da filha, Yulia, com um gás neurotóxico, em 4 de Março em Salisbury, no sul de Inglaterra.