Bolsonaro diz que foi o PT que atirou contra a caravana de Lula

Pré-candidato de extrema-direita acusou o próprio partido do candidato de esquerda de ter disparado três tiros contra a caravana do antigo Presidente na terça-feira.

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O deputado Jair Bolsonaro é conhecido pelo seu apoio à ditadura militar no Brasil e por ligações à extrema-direita Reuters/RODOLFO BUHRER

O ataque a tiro à caravana pré-eleitoral do antigo Presidente brasileiro, Lula da Silva, na terça-feira, suscitou uma série de reacções de condenação por parte de praticamente todos os pré-candidatos presidenciais. Mas o deputado Jair Bolsonaro, também pré-candidato e conhecido pelo seu apoio à ditadura militar no Brasil e por ligações à extrema-direita, acusou o próprio Partido dos Trabalhadores (PT), de Lula, de ser responsável pelos disparos.

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O ataque a tiro à caravana pré-eleitoral do antigo Presidente brasileiro, Lula da Silva, na terça-feira, suscitou uma série de reacções de condenação por parte de praticamente todos os pré-candidatos presidenciais. Mas o deputado Jair Bolsonaro, também pré-candidato e conhecido pelo seu apoio à ditadura militar no Brasil e por ligações à extrema-direita, acusou o próprio Partido dos Trabalhadores (PT), de Lula, de ser responsável pelos disparos.

“É tudo mentira. Está na cara que alguém deles deu os tiros”, afirmou na quarta-feira, Bolsonaro, citado pela imprensa brasileira.

Antes, num discurso perante os seus apoiantes em Curitiba, Bolsonaro ironizou sobre os ataques de que tem sido alvo o antigo Presidente, sem se referir, no entanto, aos tiros que atingiram a sua comitiva: “Lula quis transformar o Brasil num galinheiro, agora está a colher os ovos por onde passa”.

Bolsonaro surge em segundo lugar nas sondagens para as eleições presidenciais que se realizam em Outubro. Está apenas atrás de Lula, que deverá ser impedido de ir às urnas devido à condenação de mais de 12 anos de prisão de que foi alvo.

A caravana de Lula estava a deixar a cidade de Quedas de Iguaçu, no estado do Paraná, depois de mais um comício de pré-campanha. O evento fez parte de uma digressão eleitoral que Lula realizou no Sul do Brasil, onde não foi bem recebido. 

No mesmo dia, o juiz do Supremo Tribunal Federal do Brasil Edson Fachin, que é relator do processo Lava-Jato naquela instância superior, e natural do estado do Paraná, revelou que ele e a sua mulher têm sido alvo de ameaças de violência - precisamente por causa das suas responsabilidades neste processo que põe em envolve grande parte da classe política brasileira.