Facebook volta a simplificar definições de privacidade
Medida segue-se ao escândalo da Cambridge Analytica. As opções passam a estar organizadas por cores.
Apenas cinco semanas depois de o Facebook anunciar mudanças nas definições de privacidade, estas voltam a mudar. O objectivo é tornarem-se ainda mais simples para ajudar os utilizadores a controlarem a informação que revelam, ou não, sobre si.
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Apenas cinco semanas depois de o Facebook anunciar mudanças nas definições de privacidade, estas voltam a mudar. O objectivo é tornarem-se ainda mais simples para ajudar os utilizadores a controlarem a informação que revelam, ou não, sobre si.
“O Facebook percebeu claramente que as definições de privacidade e outras ferramentas importantes são difíceis de encontrar”, lê-se num comunicado da rede social publicado esta quarta-feira.
As mudanças inicialmente anunciadas, a 29 de Janeiro, incluíam uma ferramenta para “verificar as definições de privacidade” passo a passo, em antecipação do novo Regulamento Geral sobre Protecção de Dados (RGPD) – um conjunto de novas regras sobre a transmissão de informação electrónica que visa proteger a privacidade dos utilizadores na Europa a partir do dia 25 de Maio e obriga as empresas a serem mais transparentes na recolha que fazem da informação. Agora, porém, as mudanças surgem na sequência do escândalo com a consultoria britânica Cambridge Analytica que comprou dados de milhares de utilizadores do Facebook e os utilizou para fins políticos.
De acordo com o Facebook: “Os acontecimentos da semana passada mostraram que ainda há muito a fazer para o Facebook aplicar as suas políticas e ajudar as pessoas a perceberem como funciona, assim como as opções de escolha ao seu dispor relativamente aos seus dados.”
Os controlos de privacidade passam agora a estar todos reunidos num único menu. Está organizado em dez categorias com cores diferentes (por exemplo, comentários, likes, e mensagens), tanto na versão mobile como para desktop – ou seja, não há novos controlos de privacidade, mas os existentes passam a estar aglomerados de forma a tornar a sua utilização “mais visual, clara e fácil de encontrar”.
Em breve, os utilizadores vão ser pessoalmente notificados das mudanças através de mensagens de actualização na língua em que utilizam a rede social. O Facebook reforça que “estas actualizações visam uma maior transparência – não a obtenção de novos direitos de recolha, uso e partilha de dados.”
Com a rede social na mira dos reguladores e vários convites para o director executivo apresentar esclarecimentos ao Congresso dos EUA, Parlamento Europeu e Parlamento britânico, a rede social quer mostrar que está a levar as críticas a sério. A partir do novo menu central, os utilizadores também podem descarregar todos os dados que partilharam na rede social (uma funcionalidade antiga que se torna, agora, mais fácil de encontrar), e rever toda a informação que têm pública.
Para além das actualizações, Mark Zuckerberg prometeu que vai avisar as pessoas cujos dados foram utilizados para campanhas políticas, bem como impedir as aplicações que os utilizadores não usam há mais de três meses de continuar a recolher dados.