Decisão de chamar embaixador português na Rússia é "forte", diz Marcelo

Aos microfones da RTP, o Presidente da República definiu posição portuguesa como "um claro aviso". Santana Lopes, na SIC, avisou que a medida exige de Portugal "um novo esforço diplomático intenso de explicação das suas posições".

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Marcelo comentou decisão portuguesa no caso do espião russo Miguel Manso

"Um aviso", mas também uma decisão forte". É assim que o Presidente da República define a decisão do Governo português, anunciada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros em entrevista à RTP, de chamar a Lisboa o embaixador luso em Moscovo

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"Um aviso", mas também uma decisão forte". É assim que o Presidente da República define a decisão do Governo português, anunciada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros em entrevista à RTP, de chamar a Lisboa o embaixador luso em Moscovo

"Usamos de prudência e entendemos que, neste momento, é a medida mais adequada para defender os interesses nacionais e manifestar no plano internacional a importância que concedemos à responsabilidade da Federação Russa, que tudo leva a crer que seja absoluta, no ataque perpetrado em Salisbury", explicou Augusto Santos Silva.

Marcelo Rebelo de Sousa reagiu, à entrada para uma peça de teatro, em Cascais: "A chamada do embaixador de Portugal em Moscovo para consultas a Lisboa, como se sabe, significa que durante um período, mais ou menos curto, mais ou menos longo, a presença do mais alto representante diplomático português num país deixa de existir".

Marcelo acrescentou ainda que "a esse nível, é uma forma muito clara de aviso" à Rússia. "Foi o que o Governo decidiu e é uma decisão forte", sublinhou o chefe de Estado.

Na SIC Notícias, na noite de terça-feira, Pedro Santana Lopes comentou o tema, assumindo que é "uma medida com a sua importância", mas que "Portugal não alinha pela posição dos seus aliados tradicionais", o que exigirá "um novo esforço diplomático intenso de explicação das suas posições".

O PSD recusou-se a tomar uma posição definitiva sobre o assunto, sem conhecer os fundamentos da posição portuguesa. “Para já, ainda não temos informação suficiente por parte do Governo para fazer uma avaliação”, disse Rubina Berardo, deputada com a tutela das relações exteriores, ao Expresso.

O PSD admite aproveitar a ida da secretária de Estado dos Assuntos Europeus ao Parlamento, esta quarta-feira, para obter explicações. “Essa será a prioridade nas perguntas do PSD”, garantiu ainda a deputada. “Só com base nisso tomaremos uma posição”.

Já o CDS, pela voz de Nuno Melo, fez saber que o ministro Augusto Santos Silva "deve explicar-se voluntariamente". Caso isso não aconteça, "podemos chamá-lo ao Parlamento", assumiu.

Do lado do BE, o Governo recebeu elogios pela prudência demonstrada. "Agora nós também temos assistido na Europa a uma vontade de fazer uma escalada de várias formas, que tem até produzido guerras por procuração em vários locais do mundo que não é aceitável. Que o Governo português não queira fazer parte dessa escalada parece-nos prudente. Esperemos que mantenha essa posição", afirmou Catarina Marins.