Ex-espião russo e filha foram envenenados à porta de casa

Mais de 130 pessoas podem ter sido expostas ao agente químico neurotóxico usado no ataque.

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Foram encontradas grandes concentrações do agente químico na porta da residência do ex-agente Reuters/TOBY MELVILLE

Os detectives que estão a investigar a tentativa de homicídio do antigo agente duplo russo Serguei Skripal e da sua filha, Iulia, acreditam que pai e filha foram envenenados a 4 de Março com o agente neurotóxico Novichok na porta da sua casa, em Salisbury, a cerca de 140km a sudoeste de Londres. 

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Os detectives que estão a investigar a tentativa de homicídio do antigo agente duplo russo Serguei Skripal e da sua filha, Iulia, acreditam que pai e filha foram envenenados a 4 de Março com o agente neurotóxico Novichok na porta da sua casa, em Salisbury, a cerca de 140km a sudoeste de Londres. 

Especialistas ligados à investigação dizem que foi na porta principal da residência de Skripal que foi encontrada a maior concentração deste agente neurotóxico. 

Os agentes que acompanham o caso irão continuar a analisar a habitação do ex-agente russo nas próximas semanas — ou mesmo nos próximos meses.

O ataque pode ter exposto mais de 130 pessoas ao agente químico. Especialistas em saúde pública estão a avaliar se a exposição à substância representa um risco a longo prazo. O governo local já anunciou um pacote no valor de um milhão de libras (aproximadamente 1,14 milhões de euros) para ajudar a população a recuperar do ataque.

No ataque contra Skripal foi a primeira vez — desde a Segunda Guerra Mundial — que o agente neurotóxico em causa, uma arma química produzida na Rússia, foi utilizado de forma ofensiva na Europa. 

Na última semana, as autoridades britânicas anunciaram que o ataque poderá ter provocado danos irreversíveis na capacidade mental de Serguei Skripal e da sua filha, que continuam internados em estado grave.

Serguei Skripal, de 66 anos, tinha sido condenado a 13 anos de prisão pela Rússia, em Agosto de 2006, por ter revelado a identidade de agentes secretos russos a operar na Europa ao serviço de agências secretas britânicas. Em 2010, foi perdoado pelo então Presidente, Dmitri Medvedev, e nesse mesmo ano o Reino Unido concedeu-lhe asilo. Skripal foi um dos quatro prisioneiros que Moscovo libertou em troca da libertação de dez espiões então detidos nos EUA.