Distritais querem ver Rui Rio nas ruas a combater o PS

Depois do primeiro mês de liderança atribulado, o presidente dos sociais-democratas reúne-se na quarta-feira à noite, na sede nacional, com dirigentes distritais.

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Primeira reunião de Rui Rio com as distritais é na quarta-feira LUSA/NUNO ANDRÉ FERREIRA

Pela primeira vez desde que foi eleito líder do PSD, Rui Rio vai reunir-se na quarta-feira, dia 28, com os presidentes de todas as distritais do partido e o encontro está a gerar expectativa sobre o plano de acção do novo líder social-democrata.

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Pela primeira vez desde que foi eleito líder do PSD, Rui Rio vai reunir-se na quarta-feira, dia 28, com os presidentes de todas as distritais do partido e o encontro está a gerar expectativa sobre o plano de acção do novo líder social-democrata.

O PÚBLICO fez uma ronda por alguns líderes distritais para perceber com que espírito partem para esta reunião e que orientações aguardam da direcção nacional e, além de se mostrarem unidos à volta do novo líder, os dirigentes contactados assumiram a sua expectativa em relação ao anúncio, previsto para a mesma ocasião, dos nomes dos porta-vozes e coordenadores para as mais diversas áreas do Conselho Estratégico Nacional (CEN) presidido por David Justino.

Depois dos sucessivos episódios que assombraram o primeiro mês de liderança de Rui Rio, o partido foca-se agora no trabalho que é preciso fazer para vencer os desafios eleitorais do próximo ano: as eleições regionais, em Janeiro; as europeias, em Maio; e as legislativas, no Outono. “Há uma expectativa relativamente à orientação estratégica que advenha da direcção do partido para as estruturas regionais e locais no sentido de ajudarem a construir uma alternativa ao actual Governo e também perceber o que é que se pretende com o Conselho Estratégico Nacional”, afirma o deputado Pedro Alves, que preside à distrital de Viseu e que foi responsável pela vitória de Rui Rio naquele distrito.

O dirigente social-democrata entende que “estão reunidas as condições para que o partido estabilize e tenha uma agenda própria, ultrapassados que estão alguns episódios” relacionados com os vice-presidentes de Rio, Elina Fraga e Salvador Malheiro, e mais tarde com o ex-secretário-geral, Feliciano Barreiras Duarte”.

“Vamos aguardar que o presidente apresente a sua proposta de trabalho e o seu plano de acção”, declara Pedro Alves, com a convicção que “desta vez as pessoas vão mobilizar-se, porque – frisa – “o período de adaptação está ultrapassado e já nos adaptámos uns aos outros”.

Considerando que a reunião marcada para a sede nacional já deveria ter acontecido, Bragança Fernandes, da distrital do Porto, espera que o líder do partido dê já alguma orientação relativamente às eleições autárquicas de 2021. “Queremos ganhar as eleições autárquicas e gostava de saber qual vai ser a estratégia da direcção nacional nesse sentido”, defende, revelando que, quanto ao Conselho Estratégico, o Porto gostaria de ficar com a área da saúde.

O líder da distrital do Porto espera que Rui Rio tenha “conseguido arrumar a casa”, numa alusão aos problemas iniciais do seu mandato, e deixa um desafio: “Agora precisa de ir para o terreno e combater o PS. Não é dentro da sede do partido que se ganham eleições”.

Focado no combate ao Governo de António Costa, o líder da distrital de Coimbra, Maurício Marques, defende uma “ligação estreita” entre a direcção do partido e as estruturas distritais uma vez que “são elas que estão no terreno e muitas das vezes ajudam a construir uma alternativa”.

 Afirmando que a reunião de quarta-feira poderia ter sido convocada há mais tempo, Maurício Marques realça que as distritais estão unidas à volta do novo presidente e parte para este encontro com a convicção de que Rui Rio tomará nota dos contributos que os líderes distritais lhe possam fazer chegar.

Já sobre o Conselho Estratégico, Maurício Marques espera que o conceito “venha a ser replicado em todos os distritos.” “Estamos receptivos a algumas sugestões de articulação que devem existir entre as distritais e a direcção nacional”, preconiza o dirigente, que aproveita para desvalorizar as “trapalhadas” que marcaram o primeiro mês da nova direcção.

“É evidente que houve situações que não correram da melhor forma, mas não vale a pena falar sobre aquilo que correu menos bem”, afirma, observando que “é preciso valorizar as coisas positivas e a subida nas intenções de voto dos portugueses [na sondagem da Eurosondagem para o Expresso] é uma coisa positiva”.

Esta reunião acontece na mesma semana em que Rui Rio fez a sua primeira incursão fora de portas, mas não exactamente nas ruas. Andou pela zona de Arganil, mas dentro de portas, na biblioteca municipal e no quartel de bombeiros.