Crédito Agrícola regista lucro histórico de 150 milhões em 2017
O presidente da instituição, Licínio Pina, sublinha que estão presentes em mais de 400 localidades em todo o país. "Aproveitamos a saída de alguns bancos e estamos a fazer negócio", destaca.
O Grupo Crédito Agrícola fechou o exercício de 2017 com lucros históricos de 150,2 milhões de euros, contra 58,3 milhões em 2016, para o que contribuiu a melhoria da economia. E pela primeira vez, a Caixa Central, que revelou lucros de 55 milhões, conseguiu anular do balanço 47 milhões de euros de resultados negativos que há 25 anos transitavam do passado.
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O Grupo Crédito Agrícola fechou o exercício de 2017 com lucros históricos de 150,2 milhões de euros, contra 58,3 milhões em 2016, para o que contribuiu a melhoria da economia. E pela primeira vez, a Caixa Central, que revelou lucros de 55 milhões, conseguiu anular do balanço 47 milhões de euros de resultados negativos que há 25 anos transitavam do passado.
Em declarações ao PÚBLICO, o presidente Licínio Pina salientou que 2017 “foi o melhor ano de sempre em termos de resultados e o melhor ano de sempre em termos de crescimento das diferentes actividades do grupo” cooperativo.
Constituído por 80 caixas agrícolas, a que se junta a Caixa Central de Crédito Agrícola (a maior), o objectivo é ajustar o seu universo a 60 instituições cooperativas. Licínio Pina explicou que das 80, 20 são responsáveis por 50% dos activos do Grupo Caixa Agrícola, estando os restantes 50% nas mãos de 60. E é o que o leva a admitir que, no prazo de dois anos, haja uma concentração entre 20 caixas, as que tem dimensão mais reduzida e que “à luz das novas exigências” “terão de ganhar escala”.
Em 2017, o grupo Crédito Agrícola registou um lucro de 150,2 milhões de euros, com a Caixa Central a contribuir com 55 milhões, tendo apenas uma caixa, do lote das 80, tido prejuízo. O rácio de capital (common equity tier 1) do grupo cooperativo ficou em 15,5%, acima do exigido pelo Banco de Portugal, e o maior do sistema bancário, incluído os dois bancos espanhóis, Santander e BPI.
O presidente do Grupo Caixa Agrícola salientou “um facto importante”: “Em 2017, foi o também o ano em que a Caixa Central isoladamente conseguiu a cobertura total dos resultados transitados que perduravam e que à data eram de 47 milhões.”
Traduzindo em linguagem simples: Há cerca de 25 anos que a Caixa Central somava prejuízos que totalizavam 47 milhões e que nunca foram compensados com os resultados positivos que registou em exercícios desse período. E só em 2017, com os lucros históricos de 55 milhões de euros, é que conseguiu anular e retirar do balanço as perdas do passado.
Quando chegou a 31 de Dezembro de 2017, a carteira de depósitos do banco Caixa Agrícola atingira 12, 6 mil milhões de euros, enquanto o crédito concedido a clientes foi de 9,4 mil milhões de euros. Ou seja: o rácio de transformação ficou em 69,5%.
O nível de imparidades totalizou 652 milhões, uma diminuição de 9,8% face ao montante apurado em 2016, enquanto a margem financeira subiu 5% e as comissões 7,2%. Os resultados em operações financeiras dispararam 70,8%, o que ajudou a aumentar os lucros.
Com 669 balcões e 4068 trabalhadores o CA está presente "em mais de 400 localidades", afirma Licínio Pina explicando que "aproveitamos a saída de alguns bancos e estamos a fazer negócio”: “Onde outros vêem dificuldades, nós vemos oportunidades. Não vamos abandonar as pessoas.” No entanto, “estamos focados em desenvolver a banca digital e não física.”
Sobre o Montepio, outra entidade da economia social, mas desta vez mutualista, Licínio Pina entende que a entrada das misericórdias ficará “à responsabilidade de quem o faz”, pois o seu objectivo é claro dar “apoio social” e a sua vocação não é fazer aplicações financeiras em bancos.