Na Europa há mais de uma dezena de cursos de medicina chinesa
Universidade de Barcelona e três universidades britânicas têm formações na área. Harvard e Stanford oferecem cursos não formais.
Há mais de uma dezena de licenciaturas e mestrados em medicina tradicional chinesa a funcionar neste momento em instituições de ensino superior na Europa. Algumas das principais universidades mundiais estão também a dar atenção às terapias não convencionais, oferecendo cursos não formais e organizando seminários sobre o tema.
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Há mais de uma dezena de licenciaturas e mestrados em medicina tradicional chinesa a funcionar neste momento em instituições de ensino superior na Europa. Algumas das principais universidades mundiais estão também a dar atenção às terapias não convencionais, oferecendo cursos não formais e organizando seminários sobre o tema.
Num apanhado feito pelo PÚBLICO, com o apoio da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES), foi possível identificar 14 licenciaturas ou mestrados em medicina tradicional chinesa em instituições de ensino superior europeias.
Nesta lista, a Universidade de Barcelona é a mais conhecida. A instituição oferece, desde o ano passado, um mestrado em medicina tradicional chinesa, em colaboração com outra universidade da cidade, a Pompeu Fabra.
Também as universidades britânicas de Middlesex (classificada no intervalo 101 a 150 no ranking do Times Higher Education de universidades jovens), Salford e Westminster (ambas entre o lugar 151 a 200 da mesma lista) têm licenciaturas em medicina tradicional chinesa.
Ao todo, são 14 os exemplos de formações superiores acreditadas nesta área, incluindo na Universidade de Malta, Universidade Europea del Atlantico, em Santander (Espanha), ou a Universidade do Danúbio, em Krems (Áustria), bem como instituições especializadas em terapêuticas não convencionais, casos do College of Traditional Chinese Medicine da Irlanda ou o Shou Zhong – Instituto de Medicina Chinesa, em Berlim (Alemanha).
Estas formações superiores são, de resto, reconhecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que publicou, em 2014, a Estratégia para a Medicina Tradicional Chinesa (2014-2023). No documento, considera-se que a medicina tradicional é uma parte “importante e frequentemente subestimada dos serviços de saúde”, com uma “longa história na manutenção da saúde e prevenção de doenças e tratamento, em particular de doenças crónicas”. Apesar de serem reconhecidos riscos, a OMS recomenda a integração da medicina tradicional chinesa nos serviços nacionais de saúde e publica também um manual de boas práticas para a sua concretização.
O PÚBLICO analisou também a oferta formativa das cinco universidades melhor classificadas no ranking de Xangai (Harvard, Stanford, Cambridge, MIT e Berkeley), assim como as melhores classificadas de França (Universidade de Paris VI) e Alemanha (Universidade de Heidelberg). Em nenhuma delas há cursos formais de medicina tradicional chinesa ou outras terapêuticas não convencionais.
No entanto, a Universidade de Harvard, por exemplo, organizou em Junho do ano passado um simpósio sobre medicina tradicional chinesa e a sua escola médica integra o Centro Osher para a Medicina Integrativa, onde se promove investigação, conferências e cursos não formais sobre acupunctura. A também norte-americana Universidade de Stanford disponibilizou recentemente um curso exploratório em medicina tradicional chinesa.