Catarina Martins quer intervenção de Costa nas questões da Saúde

Para a dirigente do BE "tem faltado ao ministro da Saúde capacidade de dialogar". PCP diz que protesto é "justo".

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ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, considera que o ministro da Saúde "não tem sido capaz de resolver as questões das carreiras" dos profissionais do sector e defende a intervenção do primeiro-ministro.

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A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, considera que o ministro da Saúde "não tem sido capaz de resolver as questões das carreiras" dos profissionais do sector e defende a intervenção do primeiro-ministro.

Catarina Martins falava aos jornalistas em frente do Hospital de São José, em Lisboa, onde nesta quinta-feira o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) fez um balanço da greve que está em curso até esta sexta-feira.

"Tem faltado ao ministro da Saúde capacidade de dialogar com os vários profissionais de saúde. Temos as questões das carreiras dos enfermeiros por resolver há tanto tempo, mas também com os médicos e os técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica", disse. Para Catarina Martins, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, "não tem sido capaz de resolver as questões das carreiras. Achamos que este é o momento em que o primeiro-ministro devia intervir neste problema".

A líder dos bloquistas defende a resolução do problema, até porque "o Serviço Nacional de Saúde (SNS) não funciona sem profissionais de saúde e sem carreiras, que são se de elementar justiça".

Catarina Martins defendeu a contratação imediata de 1500 enfermeiros. "Tem de acontecer e não pode ficar na gaveta do ministro das Finanças", disse.

PCP fala de protesto justo

Igualmente presente no local onde o SEP realizou o primeiro balanço da greve que decretou, a deputada Carla Cruz (PCP) classificou de "justa" o protesto dos enfermeiros.

"O que reivindicam é uma questão de resposta imediata, da contratação de profissionais e de enfermeiros. De imediato entre 1000 a 1500 são necessários. São imprescindíveis para a prestação de cuidados de qualidade", disse.

Segundo o SEP, os objectivos desta greve prendem-se essencialmente com a valorização e dignificação dos enfermeiros.

Este sindicato reivindica o descongelamento das progressões, com a contagem dos pontos justamente devidos a todos os enfermeiros, independentemente do tipo de contrato de trabalho.

A contratação imediata de 500 enfermeiros e de mais 1000 entre Abril e Maio é outra das reivindicações, assim como "a ocupação integral dos 774 postos de trabalho colocados a concurso" para as Administrações Regionais da Saúde (ARS).

O SEP pretende ainda que seja efectuado "o pagamento do suplemento remuneratório para enfermeiros especialistas em Março, com efeitos a Janeiro/2018" e "o efectivo pagamento do trabalho extra/horas a mais em Março e Abril".

A obrigatoriedade do cumprimento da legislação sobre horários de trabalho, em todas as instituições e a manutenção da missão das Unidades de Cuidados na Comunidade (UCC) são outras das medidas que os enfermeiros pretendem ver concretizada.

A 13 de Março, o Ministério da Saúde assinou com os sindicatos dos enfermeiros um protocolo negocial para a revisão das carreiras de enfermagem.

Apesar desta assinatura, o SEP decidiu manter a paralisação, pois a revisão das carreiras é apenas "um dos 15 pontos que levaram à marcação da greve", disse então o dirigente deste sindicato José Carlos Martins.

A greve, marcada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), começou no turno da manhã desta quinta-feira e termina às 24h de sexta-feira.