Incêndios de Outubro: nove conselhos para não repetir a tragédia
Técnicos independentes lançam nove propostas aos deputados e ao Governo, depois de analisarem 13 dos muitos incêndios que resultaram nas 48 mortes de Outubro de 2017.
Analisando “com profundidade” apenas alguns dos incêndios, 13 dos muitos que se espalharam pelo Centro e Norte do país em Outubro de 2017, os técnicos independentes sintetizaram várias questões que classificaram como “problemáticas em quase todos estes incêndios”, para dar a indicação ao Parlamento e ao Governo para “corrigir no sentido de melhorar a eficácia do combate”.
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Analisando “com profundidade” apenas alguns dos incêndios, 13 dos muitos que se espalharam pelo Centro e Norte do país em Outubro de 2017, os técnicos independentes sintetizaram várias questões que classificaram como “problemáticas em quase todos estes incêndios”, para dar a indicação ao Parlamento e ao Governo para “corrigir no sentido de melhorar a eficácia do combate”.
Mesmo anotando que há muito a fazer para tornar eficaz o combate aos incêndios, e que só a médio prazo será possível corrigir as falhas com a devida eficácia, o documento atreve-se com nove ideias para aplicar o mais rapidamente possível. Em alguns casos, seguem propostas já lançadas no relatório final sobre Pedrógão e agora em fase de implementação – mas ainda no papel. São as seguintes:
- “Corrigir a localização deficiente dos Postos de Comando Operacional, a qual gerou inúmeras dificuldades para dominar do ponto de vista estratégico, a expansão do incêndio e o respectivo combate, bem como as acções de socorro”;
- “Organização de uma primeira intervenção da responsabilidade de forças devidamente profissionalizadas e colocadas num estado de alerta logo após a difusão dos estados de alerta”;
- “Definição de um sistema de mobilização de meios aéreos nos momentos em que são mais necessários, independente das épocas do ano”;
- “Adopção de um sistema de comunicação eficiente, garantindo as necessárias redundâncias para impedir falhas de ligação entre as forças operacionais e os Postos de Comando”;
- “Utilização criteriosa dos estados de alerta, acompanhando cada um deles de iniciativas precisas e necessárias sobre as iniciativas a tomar e evitando uma vulgarização destes avisos”;
- “Dinamização do patamar municipal, através dos serviços municipais e das unidades locais de protecção civil, reconhecendo-se que este terá sido o grande ausente dos incêndios de Outubro de 2017”;
- “Conferir operacionalidade aos Planos Municipais de Emergência, transformando-os em instrumentos mobilizadores e de acção, e retirando-lhes o carácter de inventário de recursos, sem capacidade operacional”;
- “Sensibilização das populações para uma maior cidadania e adopção de uma cultura territorial que garanta uma preparação de defesa pessoal contra catástrofes e definindo meios locais para as enfrentar”;
- “Concepção de um sistema robusto de informação que permita abranger genericamente a população e difundir com eficácia os alertas e avisos nos momentos críticos”.