PSD quer esclarecimentos sobre segurança na Linha do Douro
Os deputados do PSD eleitos pelos distritos de Bragança, Guarda, Viseu e Vila Real vão pedir uma audiência com a Infra-estruturas de Portugal (IP) para "perceber o que se passa na Linha do Douro".
Os deputados do PSD vão solicitar uma reunião urgente com o presidente da Infra-estruturas de Portugal (IP) para esclarecimentos sobre a segurança na Linha do Douro e pedem um levantamento exaustivo dos riscos e problemas da via.
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Os deputados do PSD vão solicitar uma reunião urgente com o presidente da Infra-estruturas de Portugal (IP) para esclarecimentos sobre a segurança na Linha do Douro e pedem um levantamento exaustivo dos riscos e problemas da via.
O pedido de audiência com a IP vai ser feito pelos deputados do PSD eleitos pelos distritos de Bragança, Guarda, Viseu e Vila Real e surge na sequência do descarrilamento parcial de um comboio perto da Estação de Ferrão, concelho de Sabrosa, que não provocou feridos.
Luís Leite Ramos, parlamentar eleito por Vila Real, afirmou à agência Lusa que é “urgente perceber o que se passa na Linha do Douro e o que está previsto para evitar situações” como a ocorrida esta terça-feira. O deputado social-democrata disse que é preciso fazer um “levantamento exaustivo de todos os problemas e de todos os riscos potenciais que a linha tem neste momento”.
Este descarrilamento vem, segundo o responsável, “dar fundamento às preocupações” que têm sido levantadas pelo PSD relativamente à conservação e manutenção da via-férrea, nomeadamente no que diz respeito à estabilização de taludes.
Segundo a Infra-estruturas de Portugal (IP), na origem do descarrilamento da manhã desta terça-feira “esteve a queda de pedras sobre a via-férrea, decorrente das intempéries que se têm feito sentir nas últimas semanas”. O incidente ocorreu pelas 8h20, perto da Estação de Ferrão, no concelho de Sabrosa, não se tendo registado feridos entre os cerca de 30 passageiros que seguiam a bordo.
A IP disse que mobilizou de imediato todos os meios para o local, no sentido de ser desencadeado o processo de carrilamento. De acordo com a empresa, não se registaram danos na infra-estrutura ferroviária, prevendo-se o restabelecimento da mesma após o carrilamento dos bogies (rodados). No entanto, a IP ressalvou que “tal só acontecerá quando estiverem garantidos todos os requisitos de segurança”.
Em resultado deste descarrilamento foi suspensa a circulação no troço Peso da Régua-Pinhão. A CP está a assegurar o transbordo rodoviário aos passageiros. Por dia são efectuadas dez viagens entre estas estações, cinco em cada sentido.
Os descarrilamentos dos últimos anos ocorreram em troços não modernizados da rede ferroviária onde a vida útil da infra-estrutura já foi excedida e, por esse motivo, é exigido um maior cuidado com a sua manutenção.
No entanto, tem acontecido precisamente o contrário: durante os anos da troika, devido às fortes restrições financeiras impostas às empresas públicas, estas acabaram por descurar os ciclos de manutenção.
Acresce que a política de redução de pessoal levou a que saíssem muitos técnicos e, com eles, muito do know how que hoje não existe nos empreiteiros a quem a Infra-estruturas de Portugal recorre para efectuar contratos de manutenção.
Por outro lado, a própria fusão da Refer com a Estradas de Portugal, que deu origem à Infra-estruturas de Portugal, acabou por atrasar muitos procedimentos para a manutenção das vias férreas e diluir na nova empresa muito do know how ferroviário.