Jardim de Santos reabre ao público depois de nove meses fechado
Junta da Estrela insiste que o jardim precisa de uma obra maior e que a câmara não responde ao pedido de delegação de competências. Autarquia responde que faltam elementos ao pedido.
Quase nove meses depois de ter fechado ao usufruto de lisboetas e turistas, o Jardim Nuno Álvares, vulgo Jardim de Santos, reabre esta quarta-feira. A Junta de Freguesia da Estrela, que fechou os portões daquele espaço verde por causa da degradação a que tinha chegado, abre-os agora depois de ter colocado relva nos canteiros e novo mobiliário urbano.
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Quase nove meses depois de ter fechado ao usufruto de lisboetas e turistas, o Jardim Nuno Álvares, vulgo Jardim de Santos, reabre esta quarta-feira. A Junta de Freguesia da Estrela, que fechou os portões daquele espaço verde por causa da degradação a que tinha chegado, abre-os agora depois de ter colocado relva nos canteiros e novo mobiliário urbano.
O jardim vai estar aberto diariamente das 8h às 20h e o presidente da junta diz que está a ponderar esticar o horário durante o Verão, não sem antes contratar um vigilante. “Vamos fazer uma campanha de sensibilização para dizer às pessoas ‘Isto também é vosso’”, explica Luís Newton, presidente da junta. Há muitos anos que o jardim se tornou num sítio martirizado devido à grande afluência de pessoas que Santos tem todas as sextas e sábados à noite, atraídas pelos muitos bares da zona. A situação chegou a tal ponto que, em 2016, um grupo de moradores pediu à junta e à câmara que fizessem obras urgentes – três anos depois das últimas – e decidiu-se então pôr um gradeamento.
O jardim passou a ser gerido pela junta em 2014 e Luís Newton diz que nessa altura já o espaço estava degradado. “Não se vai manter algo que está completamente destruído”, comenta o autarca. A câmara, no entanto, tem uma versão diferente. “Quando o jardim foi transferido encontrava-se em bom estado de conservação”, responde a autarquia, através do seu gabinete de comunicação. “A junta de freguesia, tendo a competência da gestão e manutenção do jardim, solicitou à câmara que lhe cedesse as chaves da vedação com o propósito de evitar actos de vandalismo nocturnos e decidiu unilateralmente encerrar o jardim na sequência dessa cedência das chaves, até à data de hoje”, acrescenta o município.
O diferendo mantém-se hoje, agora por causa de outras obras. Luís Newton diz que, apesar de a junta já ter investido cerca de 20 mil euros na recuperação de terras, na plantação de sementes e na compra de bancos, mesas e papeleiras, continuam a faltar trabalhos. “Este piso tem de ser recuperado, está cheio de cortes e buracos”, afirma, apontando ainda a substituição do sistema de rega e a poda de algumas árvores como necessidades.
A junta pediu à câmara, no ano passado, a assinatura de um contrato de delegação de competências para que fosse a junta a fazer obras. Newton ainda aguarda resposta do município, este contrapõe que “o documento não vinha acompanhado de projecto ou memória descritiva da intervenção pretendida” e que “esses elementos nunca foram recebidos”. A câmara diz-se disponível para celebrar o contrato e transferir a verba (cerca de 60 mil euros), mas só depois de saber mais pormenores sobre o projecto.