Donald Trump vai substituir McMaster — e há outros à espera de serem despedidos

É de alta tensão o ambiente que se vive na Casa Branca. O Presidente dos EUA tem um plano para nomear novos colaboradores e todos estão nervosos, garantem fontes internas.

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H.R. McMaster com Trump Levin Lamarque/Reuters

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu afastar H.R. McMaster da posição de conselheiro de defesa nacional e está a ponderar outras substituições, preparando-se para mais uma grande remodelação nas posições mais importantes da sua Administração, segundo cinco pessoas que conhecem o plano.

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O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu afastar H.R. McMaster da posição de conselheiro de defesa nacional e está a ponderar outras substituições, preparando-se para mais uma grande remodelação nas posições mais importantes da sua Administração, segundo cinco pessoas que conhecem o plano.

Trump está agora preparado para substituir McMaster, com quem nunca teve uma relação calorosa, mas está disposto a fazê-lo sem pressa para se assegurar que o general não sai humilhado do processo e que tem um substituto forte, disseram as fontes.

Mas o que Trump tem em mente no seu plano mais alargado vai provocar turbulência, pois implica mudar outros altos funcionários da Casa Branca, onde se vive com medo por causa da incerteza e se espera o próximo passo de um Presidente impulsivo que gosta de se alimentar conflito. 

Apesar de toda a evidente desordem, Trump sente-se encorajado — disseram assessores —, na sequência dos acontecimentos das últimas semanas, que o Presidente considera triunfos, nomeadamente as tarifas à importação de alumínio e aço e o ter aceitadp encontrar-se com o Presidente da Coreia do Norte, Kim Jong-un.

Trump, que tomou posse há pouco mais de um ano (em Janeiro de 2017), está a gostar deste processo de avaliar a sua equipa e fazer mudanças, reduzindo ainda mais o seu círculo mais íntimo aqueles que considera serem sobreviventes e que respeitam o seu estilo não convencional, disse um alto funcionário da Casa Branca.

A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, escreveu no Twitter na quinta-feira à noite: “Acabei de falar com [Trump]. Ao contrário do que corre por aí sobre o general H.R. McMaster, eles têm uma boa relação de trabalho e não estão previstas mudanças”.

Antes da notícia de que McMaster está de saída dada pelo Washington Post, um porta-voz da Casa Branca falou com várias fontes oficiais e não desmentiu que a decisão de o Presidente substituir o principal conselheiro de segurança nacional está tomada. O chefe de gabinete de Trump, John Kelly — que está desejoso de ver McMaster partir — também disse recentemente ao pessoal da Casa Branca que Trump estava decidido a mandar o general embora.

Há três dias, Trump usou o Twitter para despedir Rex Tillerson, o secretário de Estado com quem discordava, e pôs no seu lugar um aliado, o director da CIA Mike Pompeo. Na quarta-feira, nomeou o comentador conservador Larry Kudlow seu conselheiro principal para a economia, em substituição de Gary Cohn, que se demitiu por divergências sobre a guerra comercial aberta pelo Presidente.

Na quinta-feira, Trump assinalou que preparava mais mudanças. “Vai sempre haver mudanças”, disse aos jornalistas. “E acho que vocês querem ver mudanças. Eu também quero ver ideias novas”.

O estado de espírito dentro da Casa Branca nos últimos dias aproxima-se da loucura, com Trump a manter o seu próprio grupo de conselheiros e os mais altos funcionários numa roda vida para determinarem o que é verdade e o que é rumor. Muitas vezes, dizem — e foram ouvidas 19 pessoas para esta análise — estão ansiosos e nervosos, imaginando o que cada nova nomeação pode significar para a sua própria posição.

Porém, noutros momentos dizem que se consideram personagens numa peça de teatro do absurdo — fazem piadas sobre quem será o próximo cuja carreira vai acabar quando Trump publicar mais um tweet. Alguns responsáveis fazem apostas sobre quem será o próximo a ser despedido, apesar de poucos (se é que há algum) terem informações fiáveis sobre o que se passa.

Quanto ao cargo de McMaster, já se perfilam alguns candidatos, incluindo John Bolton, antigo embaixador dos EUA nas Nações Unidas, e Keith Kellogg, chefe de gabinete do Conselho de Segurança Nacional.

Com Josh Dawsey, Philip Rucker e Carol D. Leonnig

Exclusivo PÚBLICO/The Washington Post