Na linha amarela, Odivelas teve mais movimento que o Marquês
Estações a norte do Campo Grande registaram mais de 18 milhões de entradas e saídas. Serão estes utentes, que hoje seguem até ao centro da cidade, que em breve terão de fazer transbordo para a linha verde.
A estação de metro de Odivelas foi a terceira mais movimentada da linha amarela em 2017, ultrapassando mesmo a estação do Marquês de Pombal. Odivelas teve 7.364.376 entradas e saídas de passageiros, ficando assim só atrás do Campo Grande (com 7.987.650) e de Entrecampos (10.572.643), que foi a estação mais frequentada da linha.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A estação de metro de Odivelas foi a terceira mais movimentada da linha amarela em 2017, ultrapassando mesmo a estação do Marquês de Pombal. Odivelas teve 7.364.376 entradas e saídas de passageiros, ficando assim só atrás do Campo Grande (com 7.987.650) e de Entrecampos (10.572.643), que foi a estação mais frequentada da linha.
Já o Marquês de Pombal teve 7.318.540 movimentos, menos 45 mil do que Odivelas, o que fez com que tenha sido a quarta estação mais procurada da linha amarela. No entanto, contabilizados os movimentos das linhas amarela e azul, a estação do Marquês é a campeã de movimentos em toda a rede: 17.202.402.
De acordo com os dados fornecidos ao PÚBLICO pelo Metro de Lisboa, no quinto lugar da tabela de estações mais movimentadas da linha amarela está o Rato (6.589.789), à frente do Saldanha, que teve 17.822 menos entradas e saídas. Seguem-se Campo Pequeno (5.656.491), Cidade Universitária (5.546.320), Picoas (4.567.963), Sr. Roubado (4.075.963), Lumiar (3.236.108), Quinta das Conchas (2.509.870) e, por fim, Ameixoeira (1.518.863).
Contas feitas, as estações da linha amarela situadas para norte do Campo Grande tiveram, no ano passado, 18.705.180 entradas e saídas de passageiros. São essas estações que vão continuar a fazer parte da linha amarela quando estiver concluída a ligação entre o Rato e o Cais do Sodré, através da qual se vai transformar a linha verde numa circular. Está prevista a construção de dois viadutos no Campo Grande para que a linha amarela passe a terminar em Telheiras e para que a linha verde siga pelo percurso da actual linha amarela.
Na terça-feira, como o PÚBLICO noticiou, o presidente do conselho de administração do Metro reiterou que a intenção da empresa e do Governo é que a linha amarela passe a funcionar entre Telheiras e Odivelas, como foi anunciado em Maio do ano passado. Vítor Santos fez essa declaração numa comissão parlamentar, onde horas antes estivera o presidente da câmara de Odivelas a dizer que lhe foi “dada a garantia” de que o Metro ia estudar a possibilidade de a linha amarela continuar com o seu percurso actual, entre o Rato e Odivelas, a par com a linha verde circular.
“Fiquei bastante apreensivo com esta putativa alteração, nomeadamente com o encurtamento da linha amarela”, disse Hugo Martins aos deputados. “Hoje as estações de metro de Odivelas e do Sr. Roubado já se encontram subdimensionadas, tal é o volume de automóveis que diariamente ali estacionam”, continuou. Para o autarca, caso a linha seja mesmo encurtada, o metro “deixa de ser atractivo” para muitos passageiros vindos de norte, que terão de mudar no Campo Grande para chegar a estações como Entrecampos, Saldanha e Marquês de Pombal. “Quero acreditar que será possível esta partilha de percurso”, afirmou Hugo Martins, deixando ainda um alerta: “O que hoje acontece em Odivelas vai passar a acontecer no Campo Grande. Ou seja, as viaturas ocuparão sobremaneira a estação.”
Opção pela linha circular
A seguir à do Marquês de Pombal, a segunda estação mais frequentada da rede é o Cais do Sodré, que em 2017 teve 15.945.786 entradas e saídas de passageiros. O principal argumento do Metro, do Governo e da câmara de Lisboa para a criação da linha circular é o volume de pessoas que chega diariamente ao Cais do Sodré – de comboio e barco – e se quer dirigir à zona do Saldanha e de Entrecampos, por exemplo. Actualmente é preciso fazer dois transbordos, no futuro não será necessário nenhum. O Metro estima que vai ganhar quase 8 milhões de passageiros por ano com esta opção e que muitos deles deixarão de usar o autocarro e o automóvel para chegar a Lisboa.
Por outro lado, os estudos encomendados pelo Metro mostram que o benefício socioeconómico da linha circular é inferior ao de manter a linha amarela com a extensão actual a par com a linha circular. Prevê-se uma poupança de 161,4 milhões de euros ao fim de 30 anos, enquanto as duas linhas a funcionar ao mesmo tempo garantiriam 166,7 milhões. Ainda assim, segundo os dados que o Metro forneceu ao PÚBLICO, os benefícios socioeconómicos da expansão entre o Rato e o Cais do Sodré são muito superiores ao de um prolongamento entre São Sebastião e Campo de Ourique – que só pouparia 62,6 milhões de euros em 30 anos.
Em 2017, o metro registou 288.673.040 movimentos de passageiros. A linha azul foi a mais frequentada, com 93.546.110, seguindo-se a linha amarela (73.516.543), a verde (71.986.108) e a vermelha (49.624.279). A estação de Cabo Ruivo, na linha vermelha, foi a que registou menos movimentos, a única a ter menos de um milhão de entradas e saídas: 919.821.