Procurador elogia Orlando Figueira: “A nossa relação profissional descambou em amizade”

Tal como Carlos Alexandre, também José Niza, que representa o Ministério Público no julgamento dos vistos gold, acredita na inocência do arguido.

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Orlando Figueira, arguido da Operação Fizz Nuno Ferreira Santos

“A nossa relação profissional descambou em amizade.” Foi assim que o procurador José Niza descreveu, esta quinta-feira, no julgamento da Operação Fizz, o seu relacionamento com o colega Orlando Figueira, suspeito de ter sido corrompido pelo ex-vice-presidente de Angola Manuel Vicente. Testemunha abonatória do magistrado, que conheceu há mais de 20 anos no Tribunal de Sintra, José Niza não vê em Orlando Figueira o criminoso de colarinho branco descrito na acusação deduzida pelos seus também colegas do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP).

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“A nossa relação profissional descambou em amizade.” Foi assim que o procurador José Niza descreveu, esta quinta-feira, no julgamento da Operação Fizz, o seu relacionamento com o colega Orlando Figueira, suspeito de ter sido corrompido pelo ex-vice-presidente de Angola Manuel Vicente. Testemunha abonatória do magistrado, que conheceu há mais de 20 anos no Tribunal de Sintra, José Niza não vê em Orlando Figueira o criminoso de colarinho branco descrito na acusação deduzida pelos seus também colegas do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP).

Foi um depoimento curto aquele que José Niza – que representa o Ministério Público no julgamento do caso dos vistos gold  – prestou na Operação Fizz. Mas vai, em traços largos, no mesmo sentido daquele que já esta semana foi prestado pelo juiz Carlos Alexandre: ambos os magistrados consideram o arguido incapaz de arquivar investigações a troco de dinheiro, como o DCIAP diz que ele fez. Carlos Alexandre enumerou mesmo alguns factos que, no seu entender, comprovam que a acusação está errada.

Já José Niza descreveu o amigo como alguém honesto e sério. Uma pessoa de bem, em suma, que não acredita estar envolvido num esquema de corrupção e branqueamento de capitais. Segundo o DCIAP, entre 2011 e 2012 Manuel Vicente arranjou dois empregos fictícios a Orlando Figueira na banca e também lhe pagou para que este arquivasse um processo em que o angolano era suspeito de lavar dinheiro através da compra de um apartamento de luxo no Estoril por 3,8 milhões de euros.

Apesar de também ser arguido neste processo, Manuel Vicente não se senta no banco dos réus no Campus da Justiça de Lisboa. Continua em Luanda, onde é deputado, porque as autoridades angolanas se recusam a notificá-lo das suspeitas que sobre ele impendem, alegando que goza de imunidade pelo facto de ter sido vice-presidente da República.