Stephen Hawking e Homer Simpson entram num bar
Ao longo de 30 anos, o físico britânico serviu de inspiração para várias séries de televisão, filmes e peças musicais. Hawking "desperta a atenção de uma audiência jovem para a ciência como ninguém", disse a produtora da BBC Rachel Bell.
Um físico britânico e um americano de meia-idade que trabalha numa central nuclear entram num bar, mais precisamente no bar do Moe, em Springfield. "Uau... Nem acredito que um tipo de quem eu nunca ouvi falar veio beber um copo com um tipo como eu", diz Homer Simpson, encantado com o elogio de Stephen Hawking: "A tua teoria sobre um Universo em forma de donut intriga-me, Homer. Se calhar vou ter de a roubar."
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Um físico britânico e um americano de meia-idade que trabalha numa central nuclear entram num bar, mais precisamente no bar do Moe, em Springfield. "Uau... Nem acredito que um tipo de quem eu nunca ouvi falar veio beber um copo com um tipo como eu", diz Homer Simpson, encantado com o elogio de Stephen Hawking: "A tua teoria sobre um Universo em forma de donut intriga-me, Homer. Se calhar vou ter de a roubar."
A cena aconteceu num universo paralelo, naquele mundo da série Os Simpsons, onde as personagens criadas pelo norte-americano Matt Groening fazem rir milhões e milhões de pessoas desde 1989.
Em quase três décadas, várias figuras conhecidas passaram por Springfield, desenhadas e coloridas à imagem dos Simpsons, e Stephen Hawking foi uma delas. A estreia aconteceu em 1999, no episódio They Saved Lisa's Brain, onde o físico britânico começa a salvar Springfield das garras de um grupo de intelectuais autoritários e acaba a beber uma cerveja com Homer no bar do Moe.
Stephen Hawking viria a elogiar a série, descrevendo-a como "a melhor coisa na televisão americana". "O apelo dos Simpsons é que as personagens põem em evidência todos os traços que vemos em nós. Em particular, o Homer é o típico homem de meia-idade, um pai que está sempre a errar com os filhos, que faz asneira no emprego e que está sempre a tentar obter alguma coisa a troco de nada", disse o físico.
Antes do sucesso do filme A Teoria de Tudo, que valeu a Eddie Redmayne um Óscar de Melhor Actor em 2015, Stephen Hawking já tinha deixado a sua marca na cultura pop mundial, com referências nos Simpsons, mas também nas séries O Caminho das Estrelas, a Geração Seguinte (em 1993) e A Teoria do Big Bang (em 2012).
Numa das cenas mais icónicas das sete temporadas de O Caminho das Estrelas, a Geração Seguinte, Stephen Hawking joga póquer com Isaac Newton e Albert Einstein. A meio da cena, Einstein tenta voltar a concentrar-se no jogo, dirigindo-se a Hawking. "Tu subiste a aposta em quatro fichas, o que significa que a aposta está em sete fichas para mim", diz Einstein, merecendo uma resposta exasperada de Newton: "A aposta está em dez fichas. Não consegues fazer uma simples operação aritmética?"
Em 2010, aquando da transmissão do documentário Genius of Britain, do Channel 4, o jornal The Telegraph ouviu Stephen Hawking sobre a sua participação no projecto – a produtora, Rachel Bell, tinha escolhido Hawking para o painel de especialistas porque o físico "desperta a atenção de uma audiência jovem para a ciência como ninguém".
Na mesma altura, Hawking recordou a cena de póquer na série O Caminho das Estrelas, mostrando que se sentia confortável com o estatuto adquirido na cultura pop: "Gostei do meu jogo de póquer contra o Einstein e o Newton a bordo da nave Enterprise. Mas não embolsei os meus ganhos porque o jogo foi interrompido por uma alerta vermelho", brincou.
Para além de ter participado em séries de televisão e de ter visto a sua vida contada em filmes como A Teoria de Tudo e Hawking (um filme de 2004 feito para a BBC e protagonizado por Benedict Cumberbatch), o físico britânico serviu também de inspiração a músicos e compositores, dos Pink Floyd a Philip Glass, ou ao alemão Rolf Riehm. Mas as suas preferências musicais, detalhadas num dos episódios do programa Desert Island Discs, da BBC Radio 4, em 1992, passavam mais pela música de Poulenc, Brahms, Beethoven, Wagner, Mozart e Puccini – mas também pelo Please Please Me, dos Beatles, e pelo Non, Je Ne Regrette Rien, de Edith Piaf.