Suspeita de sarampo leva Hospital de Santo António a isolar 20 profissionais de saúde
Profissional de saúde que está internado contactou, fora do hospital, com doente estrangeiro que tinha sarampo. Direcção-Geral da Saúde adianta que este ano foram notificados dois casos de sarampo, ambos na região Norte, e apela à vacinação.
O Hospital de Santo António (Porto) tem um profissional de saúde internado por suspeita de ter contraído sarampo e sinalizou mais 20 funcionários, entre médicos, enfermeiros e auxiliares, que apresentaram sintomas compatíveis com esta doença. Mas vai ser necessário aguardar pelas análises que estão a ser feitas no Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Insa), e que serão conhecidas nesta quarta-feira, para se perceber a dimensão do problema.
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O Hospital de Santo António (Porto) tem um profissional de saúde internado por suspeita de ter contraído sarampo e sinalizou mais 20 funcionários, entre médicos, enfermeiros e auxiliares, que apresentaram sintomas compatíveis com esta doença. Mas vai ser necessário aguardar pelas análises que estão a ser feitas no Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Insa), e que serão conhecidas nesta quarta-feira, para se perceber a dimensão do problema.
Apelando à vacinação, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) adiantou entretanto que este ano já foram notificados dois casos de sarampo, ambos na região Norte, aparentemente não relacionados, um jovem de 27 anos que terá sido infectado em França e um homem de 43 anos. Estes dois doentes não estavam vacinados.
O profissional de saúde internado no Hospital de Santo António terá sido infectado por um doente estrangeiro que tinha sarampo e com quem contactou fora do hospital, adiantou a assessoria da unidade de saúde, confirmando a informação avançada pelo Jornal de Notícias. Há outro funcionário que “muito provavelmente” estará infectado, mas os outros 20 casos estão apenas a ser monitorizados por uma questão de precaução, disse.
Foi na manhã desta terça-feira que “alguns profissionais do Hospital de Santo António apresentaram sintomas e sinais clínicos, de início agudo, incluindo exantema (rubor) cutâneo, febrícula (apenas alguns), mialgias e cansaço", descreve a unidade de saúde em comunicado.
“Colocando-se a hipótese de trabalho de sarampo possível, foram isolados numa área reservada, interrogados e observados por médicas infecciologistas. Para já, apenas uma doente tem critérios de internamento”, acrescenta, sublinhando que "não há notícia de casos em crianças ou adolescentes".
O hospital explica que procurou perceber se haveria outros casos, mesmo entre funcionários de folga. No final, foram sinalizados "20 casos idênticos, todos em profissionais", mas não há ainda confirmação de que se trata de sarampo, podendo ser "uma outra virose", sublinha.
"Não há nenhum doente com ligação epidemiológica conhecida com um caso confirmado de sarampo" e não é de excluir tratar-se "de uma outra virose", uma vez que "a apresentação clínica não é tão exuberante como habitualmente, designadamente com febre, prostração, tosse, manchas da bochecha interna", diz ainda, garantindo que foram tomadas as medidas recomendadas e que as autoridades locais e regionais de saúde pública e a DGS foram informadas.
Os dois casos com diagnóstico de sarampo notificados à DGS aparentemente não estão relacionados, tendo o primeiro doente exibido sintomas da doença em 26 de Fevereiro e o segundo em 6 de Março. O jovem está curado e o outro doente continua internado, estando em curso a investigação para apurar a origem da infecção.
A DGS acrescenta que também na região Norte estão em investigação outros doentes com sinais e sintomas clínicos compatíveis com a infecção e assegura que está a acompanhar a evolução da situação.
Durante o ano passado, foram registados dois surtos de sarampo em Portugal — em Lisboa e no Algarve — causados por diferentes subtipos do vírus que coincidiram no tempo, causando a morte a uma jovem de 17 anos, que não tinha sido vacinada e terá sido contaminada no Hospital de Cascais.
Sublinhando que a vacinação é a principal medida de prevenção, a DGS lembra que "actualmente verificam-se surtos de sarampo em alguns países europeus devido à existência de comunidades não vacinadas".
Os casos de sarampo notificados ao Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC, na sigla em inglês) mais do que triplicaram no ano passado, tendo passado de 4643 em 2016 para 14.451 em 2017. Na sequência destes contágios, 30 pessoas morreram. Segundo o ECDC, entre Dezembro de 2016 e Novembro de 2017 foram registados 34 casos em Portugal.
O sarampo é uma doença muito contagiosa, que habitualmente é benigna, mas pode ter consequências mais graves.