Portugal assegura esta quarta-feira novo sistema de controlo aéreo

Sistema é “crucial” para responder à pressão do tráfego na região de Lisboa, segundo a NAV, empresa pública que gere o espaço aéreo.

Foto
Sistema vai permitir haver mais movimentos de aviões Rui Gaudêncio

Depois de vários compassos de espera, a NAV vai formalizar esta quarta-feira a adesão à Aliança COOPANS (que reúne os prestadores de serviços de navegação aérea da Áustria, Croácia, Dinamarca, Irlanda e Suécia), dando assim o pontapé de saída para a implementação de um novo sistema de controlo aéreo.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Depois de vários compassos de espera, a NAV vai formalizar esta quarta-feira a adesão à Aliança COOPANS (que reúne os prestadores de serviços de navegação aérea da Áustria, Croácia, Dinamarca, Irlanda e Suécia), dando assim o pontapé de saída para a implementação de um novo sistema de controlo aéreo.

Em comunicado, a empresa pública afirma que a opção por aliança tem como objectivo proporcionar a esta empresa pública “um melhor posicionamento para fazer face aos desafios tecnológicos e de procedimentos” colocados pelas regras do Céu Único Europeu e “para fazer face ao forte e imprevisto aumento do tráfego registado ao longo dos últimos anos na Região de Informação de Voo (RIV) de Lisboa”.

A RIV de Lisboa engloba Portugal Continental e o arquipélago da Madeira, com destaque para o aeroporto de Lisboa – o que tem mais tráfego, e que está sob maior pressão. No caso dos Açores, este arquipélago é controlado através de Santa Maria.

A NAV, actualmente presidida por Jorge Ponce de Leão (e ex-presidente da ANA, a empresa que gere os aeroportos), destaca que a “evolução tecnológica que representa o novo sistema de gestão” de tráfego aéreo é “crucial” para “continuar a fazer face ao forte incremento de tráfego registado na RIV de Lisboa nos últimos anos e deste modo contribuir de forma activa para o crescimento económico nacional”.

No que toca à escolha da COOPANS, e envolve ainda um parceiro tecnológico, a THALES, a NAV defende que os prestadores de serviço nela reunidos têm uma dimensão semelhante à sua, “todos os membros têm tratamento paritário”, e “as decisões dos órgãos são tomadas por unanimidade”. O montante da operação tem sido estimado entre 30 e 40 milhões de euros. Ao Expresso, Ponce de Leão já afirmou que o custo não será superior a 40 milhões. 

Os benefícios do novo sistema, no entanto, ainda vão demorar a chegar ao terreno. Nada é dito pela empresa sobre esse calendário, mas deverá demorar dois a três anos até entrar em funcionamento.

Este é um passo fundamental para que seja possível chegar aos 72 movimentos por hora na zona de Lisboa (hoje estão na casa dos 38-40), a par do aeroporto complementar que está pensado para o Montijo (previsto para 2022). Deste número, 46 movimentos seriam na Portela, a que soma mais 24 do Montijo e outros dois de Cascais (Tires). Em termos anuais, a NAV controla actualmente mais de meio milhão de voos (mais de 2000 por dia).

De acordo com dados da empresa, o dia mais intenso foi o de 29 de Julho do ano passado, com 2283 planos de voo.