Morreu o "contabilista de Auschwitz"
Oskar Gröning tinha 96 anos e não chegou a cumprir a pena a que fora condenado por participação indirecta em 300 mil mortes em Auschwitz.
O “contabilista de Auschwitz”, um dos últimos acusados por crimes do nazismo na Alemanha, morreu aos 96 anos. Em 2015, Oskar Gröning foi condenado a quatro anos de prisão por cumplicidade na morte de 300 mil das vítimas do campo de extermínio nazi de Auschwitz (cerca de um milhão no total).
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O “contabilista de Auschwitz”, um dos últimos acusados por crimes do nazismo na Alemanha, morreu aos 96 anos. Em 2015, Oskar Gröning foi condenado a quatro anos de prisão por cumplicidade na morte de 300 mil das vítimas do campo de extermínio nazi de Auschwitz (cerca de um milhão no total).
Segundo a revista alemã Der Spiegel, que deu a notícia,Gröning morreu na sexta-feira mas as autoridades judiciais não tinham ainda recebido a certidão de óbito.
A atenção caiu sobre Oskar Gröning em 2005, depois de algumas entrevistas em que falou do que fez no campo, numa tentativa de luta contra quem nega o Holocausto. O “contabilista” juntava o dinheiro das vítimas e as notas que encontrasse na bagagem dos judeus que entravam no campo e enviava as verbas para as SS, em Berlim.
A acusação de Oskar Gröning aconteceu apesar de ele próprio não ter sido directamente responsável pela morte de ninguém. Foi uma sequência do precedente aberto pela condenação, em 2011, de John Demjanjuk, antigo guarda do campo de Sobibór – que morreu no ano seguinte, aos 91 anos.
Ao contrário de Demjanjuk, que sempre negou tudo, Gröning assume alguma responsabilidade – ainda que sublinhe sempre que não matou ninguém e que pediu várias vezes para ser transferido do campo para a frente de guerra.
“Descreveria o meu papel como o de uma pequena peça na engrenagem. Se se considerar isso culpa, sou culpado”, disse na entrevista à revista Der Spiegel, em 2005. No julgamento, assumiu “culpa moral”. Entre hospitalizações e recursos, não chegou a cumprir a pena.