Bannon no congresso de Le Pen: “A História está do nosso lado”

Antigo estratego de Trump diz que a extrema-direita em França é um movimento maior do que em Itália, na Polónia ou na Hungria.

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Bannon e Le Pen THIBAULT VANDERMERSCH/EPA

O antigo estratego principal do Presidente Donald Trump, Steve Bannon, participou como orador convidado no congresso da Frente Nacional francesa e deixou uma mensagem optimista para o futuro da extrema-direita: “A História está do nosso lado e vai-nos levar de vitória em vitória”, disse.

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O antigo estratego principal do Presidente Donald Trump, Steve Bannon, participou como orador convidado no congresso da Frente Nacional francesa e deixou uma mensagem optimista para o futuro da extrema-direita: “A História está do nosso lado e vai-nos levar de vitória em vitória”, disse.

“Vocês fazem parte de um movimento que é maior do que em Itália, maior do que na Polónia, maior do que na Hungria”, acrescentou o antigo braço direito do Presidente dos Estados Unidos e um dos ideólogos do seu programa “América Primeiro”, no encontro realizado em Lille. Inédito neste tipo de congressos, a bandeira dos Estados Unidos foi posta no palco para o receber.

Bannon é a encarnação da direita americana mais dura, um ultra-nacionalista que foi director do site Breitbart News. Saiu da Casa Branca em Agosto do ano passado, mas continua a falar com Trump e a promover a agenda do Presidente norte-americano.

Este sábado esteve no congresso em que Marine Le Pen quer refundir a Frente Nacional, dando-lhe outro nome e tornando o partido mais moderado, para se aproximar de um eleitorado menos extremista. Bannon, porém, deixou uma mensagem de apelo à continuidade do caminho traçado até aqui. “Mudem de nome mas não de linha política”, escreveu no Twitter. 

Segundo disseram os analistas, o ex-conselheiro presidencial injectou optimismo e energia num partido fraccionado e desorientado desde a má prestação de Marine Le Pen nas eleições presidenciais de Maio de 2017.

Antes da votação para a mudança dos estatutos do partido, Le Pen comentou a presença de Bannon na convenção, garantindo que “a ideia não é fazer um aliado”. Pode ter sido mesmo que aconteceu. Bannon pode não ter ido apoiar esta Le Pen — cuja continuidade à frente do partido é contestada por muitos —, mas outra, Marion, sobrinha da actual líder. 

Em Julho do ano passado, Steve Bannon elogiou Marion Maréchal-Le Pen, descrevendo-a com a “estrela ascendente” da extrema-direita francesa. Marion respondeu-lhe que estava disponível para trabalhar com ele, se um dia fosse a França.

 “Não vim aqui ensinar nada, vim observar e aprender”, explicou Bannon. Foi, isso sim, para dizer que a extrema-direita francesa “não está sozinha” e que divisão entre esquerda e direita acabou no mundo Ocidental, uma vez que a batalha é agora entre nacionalistas e globalistas. 

Na semana passada, antes das eleições em Itália, Bannon já se tinha reunido com Matteo Salvini, o líder da Liga – partido nascido de um projecto soberanista que defende posições de extrema-direita e que aspira à liderança do próximo Governo italiano. O norte-americano revelou que quer ainda passar pela Alemanha, pela Hungria e pela Polónia, nesta sua vista à Europa. “Estou a tentar ser uma infra-estrutura para o movimento populista global”, explicou ao New York Times antes de retomar o seu périplo.