Everjets continua a falhar prazos para entregar Kamov ao Estado
A empresa privada que tem contrato com o Estado para fazer a manutenção e operação dos helicópteros Kamov está quase um mês atrasada na entrega de uma aeronave.
Neste momento, deviam estar ao serviço da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) ou do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) dois helicópteros Kamov pertencentes ao Estado. Mas as duas aeronaves continuam no estaleiro, em Ponte de Sor.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Neste momento, deviam estar ao serviço da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) ou do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) dois helicópteros Kamov pertencentes ao Estado. Mas as duas aeronaves continuam no estaleiro, em Ponte de Sor.
Dos seis Kamov que o Estado tem e que deveriam estar em condições de operar, três continuam parados no aeródromo de Ponte de Sor. Um deles ainda tem autorização para ficar em manutenção até ao final de Março. Os outros dois estão atrasados no regresso: um continua sem estar apto a voar, porque a empresa não substituiu uma peça em fim de vida, tal como o PÚBLICO tem noticiado; o outro ainda não terminou a manutenção dos dez anos, que já deveria estar concluída.
De acordo com a ANPC, este Kamov deveria estar ao serviço desde o dia 14 de Fevereiro, mas ainda não regressou. E apesar de a empresa ter pedido novo prazo até ao dia 26, continua tudo na mesma. No mês passado, a Everjets respondeu ao PÚBLICO, dizendo que faltava a inspecção do fabricante e depois a autorização pela ANAC. Ricardo Dias, presidente da empresa, argumentava que o processo é "complexo" e que é feito em Portugal pela primeira vez.
Entretanto, esta quinta-feira, a empresa garantiu ao PÚBLICO que a aeronave já realizou a inspecção do fabricante e que pediu à ANAC a inspecção e a respectiva licença de voo. A Everjets diz ainda que "continua a tentar por todos os meios encontrar solução para as peças" que estão em fim de vida e que a ANACnão autoriza a serem utilizadas. "Relativamente ao 'braço de ferro' [com o regulador], as coisas estão a ser discutidas e por certo as dificuldades vão ser ultrapassadas", acrescenta ainda a empresa numa resposta enviada ao PÚBLICO.
Ao PÚBLICO, a ANAC garantiu na quarta-feira que tudo se mantinha igual, o que faz prever que o processo se atrase pelo menos mais algumas semanas. Esta é uma questão importante, uma vez que a ANPC e a Everjets estão num braço-de-ferro, sem que se conheçam grandes pormenores. A ANPC garante que exigiu o pagamento de penalidades à empresa pela indisponibilidade de uma das aeronaves e aceitou a substituição da outra por dois helicópteros ligeiros. O PÚBLICO questionou esta entidade sobre se o acordo entre a ANPC e a Everjets para a substituição de um Kamov por dois helicópteros ligeiros, que não transportam doentes, pode ser encarado como uma facilitação à empresa, mas não obteve resposta.
Nota: Notícia actualizada diz 8/03 com as respostas da Everjets.