Controlo da despesa na Saúde? Bruxelas diz que Portugal fez progressos limitados

De acordo com a Comissão Europeia, a despesa do sector da Saúde continua a ser um problema em Portugal. Ordem dos Médicos lamenta que o Governo "ignore" os indicadores.

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Nelson Garrido

A Comissão Europeia considerou nesta quarta-feira que Portugal fez "progressos limitados" na tentativa de controlo das despesas da Saúde, como refere o relatório sobre o país divulgado no âmbito pacote de Inverno do semestre europeu.

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A Comissão Europeia considerou nesta quarta-feira que Portugal fez "progressos limitados" na tentativa de controlo das despesas da Saúde, como refere o relatório sobre o país divulgado no âmbito pacote de Inverno do semestre europeu.

De acordo com o relatório, a despesa do sector da Saúde continua a ser um problema em Portugal, nomeadamente no que diz respeito às dívidas dos hospitais.

Apesar de reconhecer que foram feitos alguns progressos, por exemplo, com o aumento do uso de medicamentos genéricos e com a criação, este ano, de uma unidade de análise orçamental e de centros de responsabilidade integrada, a Comissão admite ser "pouco claro se estes esforços serão suficientes".

Na análise, a Comissão dividiu em cinco fases o estado de cumprimento das recomendações feitas aos vários Estados-membros: não fez progressos, fez progressos limitados, fez alguns progressos, fez progressos substanciais e houve total implementação.

Para a Comissão, as desigualdades registadas no sector Saúde continuam a ser um problema, até porque Portugal é um dos países com maior percentagem de desempregados entre a faixa dos 15 e 64 anos e em risco de não terem acesso a cuidados médicos (10%).

A Ordem dos Médicos já reagiu em comunicado a estas conclusões. “Sucedem-se as entidades que sublinham o constante subfinanciamento do Serviço Nacional de Saúde e o Governo insiste em ignorar os indicadores. O acesso à saúde está hoje de tal forma fragilizado que não há mais como fingir que é urgente encontrar uma solução”, afirma Miguel Guimarães. “É lamentável Portugal continuar a ser exemplo pelos piores motivos”, remata.