Portugueses trabalham mais horas e têm menos férias do que a média europeia
Por ano, os portugueses passam mais três semanas no trabalho do que os alemães ou holandeses.
Por ano, os portugueses passam em média mais três semanas no trabalho do que alemães ou holandeses. Também têm menos dias de férias: 22 dias contra 30 dias dos alemães e os 25 dias dos holandeses. A média europeia (com 28 países da UE) está nos 24,6 dias de férias por ano. Os números são de um estudo do Observatório das Desigualdades do ISCTE-IUL, que irá ser apresentado na quarta-feira, e já citado pela TSF.
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Por ano, os portugueses passam em média mais três semanas no trabalho do que alemães ou holandeses. Também têm menos dias de férias: 22 dias contra 30 dias dos alemães e os 25 dias dos holandeses. A média europeia (com 28 países da UE) está nos 24,6 dias de férias por ano. Os números são de um estudo do Observatório das Desigualdades do ISCTE-IUL, que irá ser apresentado na quarta-feira, e já citado pela TSF.
Por semana, um português com um contrato de trabalho a tempo inteiro passa em média 41 horas no trabalho – mais uma hora do que passava em 2008. Este é o quinto valor mais elevado da União Europeia. Contas feitas, passamos 1797 horas por ano no trabalho, mais 77 horas do que a média europeia. E gozamos, em média, menos 2,6 dias de férias do que a média comunitária (24,6 dias por ano).
O estudo O mercado de trabalho em Portugal e nos países europeus, feito a partir dos dados recolhidos pelo Eurostat e pela Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho, indica também que os portugueses têm mais feriados – dez no total, contra os 9,2 da média europeia.
O autor do estudo, Frederico Cantante, em entrevista à TSF, afirma que estes dados podem ser úteis para desfazer ideias pré-concebidas como a de que os trabalhadores da Europa do Sul "são laxistas", e que nesses países "não se quer trabalhar". “Quando analisamos os dados, esse retrato não cola à realidade”, diz Frederico Cantante, aludindo às palavras do ex-presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, que acusou os países do Sul da Europa de gastar dinheiro "em copos e mulheres".
Feita a análise, fica o desafio. “Trabalhar mais tempo não tem propriamente efeito sobre a produtividade”, diz Frederico Cantante. Por isso, não se trata de trabalhar mais horas, mas sim de trabalhar melhor, avalia o autor do estudo: “Ter um perfil de trabalho mais qualificado, mais preparado para lidar com os desafios colocados pela globalização”.