Polícias em protesto ameaçam dar mais colorido ao Festival da Eurovisão
Sindicato equaciona distribuição de folhetos junto ao pavilhão Altice Arena, se negociações com a tutela sobre progressões salariais correrem mal.
O Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol) ameaça participar no Festival da Eurovisão, que este ano se realiza em Lisboa, mas do lado de fora do pavilhão Altice Arena, o recinto onde vai decorrer o evento. Segundo o presidente do sindicato, Armando Ferreira, a um protesto sindical em defesa dos direitos da classe poderão vir a juntar-se outros sindicatos da polícia.
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O Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol) ameaça participar no Festival da Eurovisão, que este ano se realiza em Lisboa, mas do lado de fora do pavilhão Altice Arena, o recinto onde vai decorrer o evento. Segundo o presidente do sindicato, Armando Ferreira, a um protesto sindical em defesa dos direitos da classe poderão vir a juntar-se outros sindicatos da polícia.
Em causa estão progressões salariais que os sindicatos entendem que já deviam ter acontecido há muito tempo. “Há elementos policiais no mesmo índice remuneratório há mais de 13 anos”, exemplifica o dirigente sindical. Como efeito do congelamento das progressões, há agentes a ir para a pré-aposentação com reformas muito inferiores ao que deviam auferir, acrescenta.
As promessas do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, que garantiu recentemente no Parlamento que a progressão será descongelada já esta semana para cerca de 6000 elementos das forças e serviços de segurança, não sossegaram o Sinapol, que estima que só na PSP tenham direito a progredir na carreira 12 mil a 14 mil agentes de várias categorias, incluindo chefes e oficiais.
Quer o protesto no exterior do recinto do Festival da Eurovisão, que se realizará entre 8 e 12 de Maio, quer outros do mesmo género que o sindicato equaciona levar a cabo em locais de passagem de turistas, como aeroportos e estações ferroviárias, estão dependentes do resultado de uma reunião que o Sinapol tem agendada para esta quarta-feira de manhã com Eduardo Cabrita. Se as negociações lhes correrem de feição os sindicatos admitem cancelá-los.
As acções previstas passam pela distribuição de folhetos com informações em português e em inglês sobre as estatísticas da segurança em Portugal e também sobre as reivindicações dos polícias. “Iremos basear-nos no Relatório Anual de Segurança Interna referente a 2016”, que deverá ser divulgado no final deste mês, avança Armando Ferreira, acrescentando que acredita em caso de fracasso negocial outras estruturas sindicais irão juntar-se ao protesto do Sinapol.
No Festival da Eurovisão o dirigente sindical conta com os jornalistas dos diferentes países que vão estar presentes para darem cobertura mediática internacional ao protesto: “Virão ao evento dezenas de televisões estrangeiras. Havendo uma acção no exterior do pavilhão Altice Arena, é certo que lhe darão atenção”, antevê.
Se além da distribuição de folhetos haverá mais alguma forma de protesto, alusiva ao festival, é coisa que ainda não está planeada: “Pode ser uma ideia. Podíamos montar um palco com música pimba”, equaciona Armando Ferreira.