Nevões, tornados e até chuva com congelação. Cenário deve manter-se nos próximos dias
Chuva forte e trovoada intensificam-se a partir desta quarta-feira. Governo já avisou que não existirão “pagamentos rápidos” aos agricultores.
A chuva forte vai manter-se em Portugal continental e nos arquipélagos dos Açores e da Madeira, sendo esperado um agravamento do estado do tempo, com o aumento da agitação marítima, a partir de quarta-feira, informou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera nesta terça-feira. Também o vento irá “aumentar de intensidade”, esperando-se que atinja rajadas até 90 quilómetros/hora e, nas terras altas, até 110 quilómetros/hora, em especial durante a próxima sexta-feira. A chuva “por vezes forte e persistente” poderá ainda ser “acompanhada de trovada, em especial a partir do dia 9”.
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A chuva forte vai manter-se em Portugal continental e nos arquipélagos dos Açores e da Madeira, sendo esperado um agravamento do estado do tempo, com o aumento da agitação marítima, a partir de quarta-feira, informou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera nesta terça-feira. Também o vento irá “aumentar de intensidade”, esperando-se que atinja rajadas até 90 quilómetros/hora e, nas terras altas, até 110 quilómetros/hora, em especial durante a próxima sexta-feira. A chuva “por vezes forte e persistente” poderá ainda ser “acompanhada de trovada, em especial a partir do dia 9”.
Nos últimos dias, as condições meteorológicas têm provocado um frequente registo de tornados e nevões e até fenómenos raros, como a ocorrência de “chuva com congelação”, provocando vários prejuízos. No entanto, o ministro da Agricultura, Capoulas Santos, avisou que “não é possível ter pagamentos rápidos" aos agricultores do Algarve que ficaram com explorações agrícolas afectadas pelo mau tempo por o período de candidaturas aos apoios ser “longo”.
O governante disse que “só depois de avaliadas é que as candidaturas são pagas” e apontou que “não é possível ter pagamentos rápidos e períodos de candidatura longos". Como em causa estão “prejuízos de grande dimensão”, o responsável estimou um prazo de “três ou quatro semanas para candidaturas”, depois de feitos os levantamentos dos prejuízos. Segue-se, depois, a publicação da portaria que vai enquadrar tais apoios, para que não exista violação das regras comunitárias. “Se não desenharmos a área afectada, podemos ser obrigados a devolver o dinheiro”, justificou.
Na segunda-feira, o secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, Luís Medeiros Vieira, tinha contado 15 produções agrícolas destruídas pelo vento extremo que atingiu no domingo o Algarve. Durante uma visita à zona afectada em Olhão, Luís Medeiros Vieira adiantou que as explorações afectadas terão acesso a apoios para reposição do potencial produtivo, que o Governo “já disponibilizou quando ocorreram também os incêndios” do Verão passado. “É uma medida que está no programa de desenvolvimento rural 2020 e que permite apoiar os agricultores que tiveram problemas, nomeadamente com danificação de culturas plurianuais, como destruição de equipamentos e instalações, e os apoios são direccionados a fundo perdido para esses produtores”, precisou.
Nos prejuízos até 5000 euros haverá um fundo perdido que os cobrirá na totalidade. Já entre 5000 e 50 mil euros, a cobertura é de 85% e desce para 50% nos danos entre 50 mil e 800 mil euros.
Apesar das ocorrências registadas na última semana, de acordo com o IPMA, não é possível falar-se de um aumento de tornados. Em declarações à Lusa, o meteorologista Paulo Pinto disse que, embora numa semana se tenham registado cinco tornados em Portugal, ainda não há nenhum estudo oficial que permita concluir quanto ao aumento deste tipo de ocorrências.
Conta o meteorologista que desde a passada quarta-feira até esta terça-feira se registaram cinco tornados, três deles sobre a terra (em Faro e Viana do Castelo) e dois sobre o mar (ao largo de Espinho e de Viana do Castelo).
O meteorologista explica que é normal “que tenhamos mais tornados acima da média em alguns anos e noutros anos um número de tornados abaixo da média”. “Esta semana houve muitos tornados, mas agora podemos estar dois anos sem ter nenhum.” Não obstante, “não está descartado que possa ocorrer novamente”,declarou.
IMPA mostra imagens de “chuva com congelação”
Para além dos tornados e nevões, o IPMA noticiou nesta terça-feira que há uma semana, a 27 de Fevereiro, o continente foi afectado por um fenómeno pouco frequente em território nacional: a ocorrência de chuva com congelação. Explica o instituto que tal consiste na congelação de precipitação sobre estruturas que se encontram a temperaturas negativas, como telhados ou árvores.
“Esta situação ocorre quando num local existe junto à superfície uma massa de ar frio (e com temperaturas abaixo de 0°C) e sobre esse local se aproxima uma superfície frontal quente que origina precipitação e que apresenta temperaturas mais elevadas (e acima de 0 °C) em níveis superiores”, lê-se no comunicado.
Na segunda-feira, a forte queda de neve em Montalegre obrigou ao segundo encerramento das escolas da região numa semana. Os 700 alunos afectados regressaram às aulas na manhã desta terça-feira, informou a Protecção Civil.
Madeira fala em milhões de prejuízos
O governo da Madeira estima que os prejuízos na agricultura decorrentes do temporal que afectou a região na última semana sejam de 1,5 milhões de euros e anunciou apoios até 80% a fundo perdido.
O mau tempo que atingiu a região entre 25 de Fevereiro e 5 de Março provocou danos na agricultura, sobretudo nas culturas da cana de açúcar e na da banana, na costa sul entre Santa Cruz e a Calheta, informou o Governo Regional da Madeira nesta terça-feira.
O arquipélago registou também prejuízos, ainda não totalmente apurados, em portos, marinas, protecções costeiras e infra-estruturas desportivas.