Na Europa, créditos são comuns mas pouco populares

Mais de dois terços dos sistemas de ensino superior têm este sistema na Europa. Na Inglaterra, 92% dos alunos recorre a ele.

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Enric-Vives Rubio

O sistema de empréstimos aos estudantes entrou nas discussões internacionais sobre o financiamento do ensino superior quando o governo de Tony Blair, no Reino Unido, aumentou o valor das propinas nas universidades. Estávamos no final da década de 1990 e, de então para cá, o crédito aos alunos praticamente se generalizou pela Europa, mas sem grande popularidade. A excepção é mesmo Inglaterra.

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O sistema de empréstimos aos estudantes entrou nas discussões internacionais sobre o financiamento do ensino superior quando o governo de Tony Blair, no Reino Unido, aumentou o valor das propinas nas universidades. Estávamos no final da década de 1990 e, de então para cá, o crédito aos alunos praticamente se generalizou pela Europa, mas sem grande popularidade. A excepção é mesmo Inglaterra.

Naquele país, 92% dos estudantes recorrem a empréstimos para fazer um curso superior. Esse é o único apoio disponível para os alunos, já que não existem bolsas de acção social, como acontece em Portugal. Este dado consta do relatório “National Student Fee and Support Systems in European Higher Education”, publicado na semana passada pela Eurydice, uma rede europeia que colige e difunde informação comparada sobre os sistemas educativos dos diferentes países.

De acordo com o mesmo documento, o sistema de crédito a estudantes não é muito popular na maior parte dos países. Só em 15 dos 42 sistemas educativos analisados, o total de estudantes com empréstimos está acima de 5% da população total inscrita no ensino superior.

Para Portugal, não são apresentados dados, sendo apenas indicado que o valor é inferior a 5% do total de inscritos. 

A possibilidade de acesso ao crédito para financiar estudos ou os custos de vida associados à frequência de um curso superior está praticamente generalizada na Europa. Mais de dois terços (29 em 42) dos sistemas educativos avaliados no relatório da Eurydice têm sistemas de empréstimos. Em regra, estes convivem com sistemas de bolsas financiados pelo Estado.

A excepção é a Inglaterra, onde os alunos apenas podem recorrer ao crédito. Em sentido contrário, países como Espanha, França, Itália, Áustria, República Checa, Roménia ou Croácia não têm sistemas de crédito bonificado para jovens, sendo as bolsas de estudo o único apoio disponível.