Facebook pede desculpa pela censura à estatueta milenar

A rede social veio a público esclarecer a questão, admitiu o erro e acrescentou que não permite nudez mas que abre uma excepção para estátuas.

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A estatueta, com 11,1 centímetros, encontra-se exposta no Museu de Historia Natural de Viena HERWIG PRAMMER/REUTERS

A polémica em torno da censura, por parte do Facebook, da imagem da estatueta Vénus de Willendorf não terminou. A rede social veio a público esclarecer a questão, admitiu o erro e acrescentou que não permite nudez mas que abre uma excepção para estátuas.

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A polémica em torno da censura, por parte do Facebook, da imagem da estatueta Vénus de Willendorf não terminou. A rede social veio a público esclarecer a questão, admitiu o erro e acrescentou que não permite nudez mas que abre uma excepção para estátuas.

Laura Ghinda,” artivista” (termo com qual se auto-intitula), denunciou no final de Dezembro que os administradores da rede social censuraram a imagem da estatuetapor a considerarem de cariz pornográficoA obra, que mede 11,1 centímetros, é proveniente da época do Paleolítico e terá mais de 25 mil anos. Encontra-se exposta há mais de um século no Museu de História Natural de Viena, na Áustria.

O caso tornou-se viral nas redes sociais após Ghinda ter publicado inúmeros posts a denunciar esta situação, e ganhou maior visibilidade quando a publicação especializada The Art Newspaper lhe dedicou uma notícia. 

A controvérsia gerada em torno da Vénus obrigou o Facebook a explicar esta situação. Com uma breve declaração ao jornal diário espanhol El País, um porta-voz oficial da rede social esclareceu: “A nossa política de publicações não permitem nudez, contudo abrimos uma excepção quando as imagens se tratam de estátuas. Assim sendo, o post da estatueta com a imagem da Vénus deveria ter sido aprovado. Pedimos desculpas pelo erro e já notificámos a utilizadora de que aprovámos o seu post."

A política de publicações do Facebook tem feito mais vítimas no que toca à pouca tolerância com obras de arte. Casos como o do professor francês, que chegou a processar o Facebook por ver a sua conta apagada quando publicou uma imagem do quadro do pintor Gustave Courbet A origem do mundo, ou depois de ter eliminado a conta de Instagram do artista hiper-realista Francisco Casas por este ter publicado os seus desenhos de nus a caneta, “obrigaram” Mark Zuckerberg a anunciar que iria aumentar de 4500 para sete mil a equipa de trabalhadores do Facebook que está responsável pelo controle, análise e pertinência das publicações dos dois mil milhões de cibernautas que pertencem a esta rede social. Apesar de toda a controvérsia, o Facebook ainda não tornou público os critérios que segue para a aprovação ou rejeição das publicações.