Pedro Soares dos Santos: “Acredito muito em António Costa"

… já na coligação que suporta o Governo, o presidente da Jerónimo Martins demonstra menos convicção, segundo afirmou hoje, em conferência de imprensa. Rui Rio ainda é território pouco conhecido

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LUSA/JOÃO RELVAS

O presidente do grupo de distribuição Jerónimo Martins, dono da cadeia Pingo Doce, afirmou hoje: “acredito muito em António Costa”, acrescentando contudo que o sentimento não se estende ao resto da formação partidária que sustenta o Executivo. “Acredito muito no dr. António Costa, mas não acredito muito na coligação”, respondeu esta manhã o presidente e administrador-delegado da JM SGPS, em conferência de imprensa marcada para falar sobre os resultados da empresa.

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O presidente do grupo de distribuição Jerónimo Martins, dono da cadeia Pingo Doce, afirmou hoje: “acredito muito em António Costa”, acrescentando contudo que o sentimento não se estende ao resto da formação partidária que sustenta o Executivo. “Acredito muito no dr. António Costa, mas não acredito muito na coligação”, respondeu esta manhã o presidente e administrador-delegado da JM SGPS, em conferência de imprensa marcada para falar sobre os resultados da empresa.

Questionado ainda sobre o PSD – que viveu recentemente uma mudança na liderança - Pedro Soares dos Santos afirmou: "acredito mais em António Costa do que em Rui Rio". Até porque, justificou, não conhece bem o sucessor de Pedro Passos Coelho.

A previsão para 2018 é que este “não vai ser um ano fácil”, segundo explicou o presidente do grupo, mas, para já, “o contexto sócio-económico aparenta estar melhor”, embora associe parte do consumo ao crédito.

Admitiu contudo que nos dois principais mercados (Polónia e Portugal), a companhia enfrenta “pressões no mercado laboral”, em termos de “falta de mão-de-obra” e de “aumento salarial” – um “reajustamento” a que já teve efeitos em 2017 em ambos os países, assegurou. Em Portugal, disse, “80% dos colaboradores tiveram um aumento salarial” no ano passado. A JM terminou o ano de 2017 com 104.000 trabalhadores, “mais 8.000 do que em 2016” – dos quais 60 mil na Polónia.

Pedro Soares dos Santos acredita que este seja um ano de “crescimento sustentável” para a JM, disse, estimando a administração que entre 700 e 750 milhões de euros sejam investidos na Polónia, Portugal e Colômbia, captando a rede polaca Biedronka cerca de metade do montante previsto.

A JM planeia abrir 70 novos “discount” Biedronka na Polónia (face às 2.823 unidades com que fechou 2017), 150 novas lojas de proximidade Ara na Colômbia (face às 389 com que encerrou o ano passado) e poderá acabar 2018 com mais 10 novos supermercados Pingo Doce em Portugal (face aos 422 que totalizou o último exercício). No exercício findo a 31 de Dezembro último teve uma expansão líquida de 101 lojas Biedronka, 29 para-farmácias polacas Hebe (para 389), nove lojas Pingo Doce e 168 unidades Ara na Colômbia (além de aberturas, adquiriu 19 localizações de um operador já existente no mercado).

O grupo encerrou o ano com resultados líquidos de 385 milhões de euros em 2017, e vendas consolidadas de 16.276 milhões de euros, com um resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA, na sigla inglesa) de 922 milhões de euros. A Polónia, onde o grupo opera sob a marca Biedronka desde 1995, representou 68% do tal vendido (mais 1,91 pontos percentuais do que em 2017) e 87% do EBITDA do grupo em 2017, foi ontem anunciado.  

O mercado reagiu no dia seguinte:as acções da empresa fecharam com uma queda de 9,7%, para 15,4 euros.