A estratégia para o futebol português
A notoriedade e a visibilidade global já a temos. Falta agora transformar o futebol num produto português de maior sucesso.
Estamos habituados a pensar em futebol apenas como a modalidade desportiva mais importante no nosso país, mas mais do que isso, temos múltiplos dados que dão conta da força do futebol em Portugal e no mundo como sendo um fenómeno de massas e geradora de múltiplas paixões.
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Estamos habituados a pensar em futebol apenas como a modalidade desportiva mais importante no nosso país, mas mais do que isso, temos múltiplos dados que dão conta da força do futebol em Portugal e no mundo como sendo um fenómeno de massas e geradora de múltiplas paixões.
Verificamos que estão registados cerca de 150.000 praticantes federados, estima-se que existam aproximadamente 1000 escolas de futebol, estão identificados cerca de 600.000 portugueses como sócios de clubes da Liga NOS e Portugal surge no 10.º lugar europeu no ranking de espectadores por jogo, com uma média de 11.000 espectadores.
Quando analisamos desportivamente podemos destacar que a seleção nacional ocupa atualmente o 3.º lugar no ranking mundial da FIFA e surge no 7.º lugar no ranking europeu de clubes da UEFA. O historial internacional ao nível de clubes é notável: quatro vezes campeão europeu, uma Taça das Taças, uma Taça UEFA, uma Liga Europa, duas Taças Intercontinentais e uma Supertaça europeia. O sucesso ao nível das seleções é também espantoso para um país da nossa dimensão: seis participações em Mundiais (um 3.º lugar e um 4.º lugar no Mundial), sete participações em europeus (uma vitória, um 2.º lugar e dois 4.ºs lugares) e várias vezes campeão mundial e europeu em camadas jovens. Portugal foi ainda o organizador do Euro 2004. Como se não bastasse, em futsal e futebol de praia as proezas desportivas acompanham o nível e qualidade do nosso país.
O futebol é assim uma indústria muito diversificada e que gera receitas em várias áreas da sociedade portuguesa. É por isto que defendo que todos estes intervenientes devem estar juntos à mesma mesa para analisar, discutir e definir o rumo do futebol português. Sob o comando da Federação Portuguesa de Futebol e Liga Portuguesa de Futebol Profissional, defendo a elaboração de ciclos de planeamento estratégicos de dez anos. Auscultando os vários agentes ligados ao futebol, bem como envolvendo outros elementos da sociedade, como por exemplo as universidades ou o turismo, deve resultar uma estratégia, rumo, objetivos e ações concretas que serão depois divulgados e monitorizados regularmente. Tenho uma convicção plena que desta forma todo o produto futebol pode atingir o nível de profissionalismo e performance de outros setores de atividade em Portugal como o vinho, calçado, têxtil ou turismo. A notoriedade e a visibilidade global já a temos. Falta agora transformar o futebol num produto português de maior sucesso.